segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Meu quarto não está arrumado simetricamente e nem minha roupas ordenadas por cor. Meu material da faculdade não está dividido em pastas com cores que especificam cada matéria e não tenho mais dois estojos que separam os lápis das canetas. Tenho caixas de papelão semi-cheias no meu quarto e algumas coisas já estão no meu novo endereço.

 Ainda não consegui despachar a velha mala e já tenho uma nova pra fazer. Ando tão cansada e sem fome que só penso em dormir e dormir. Fiquei Phd em ignorar certas coisas. Já não saio nas ruas por medo de encontrar coisas que não me façam bem. Ando de saco cheio de muita gente. Ignoro porque a preguiça de falar realmente o que sei e o que sinto é maior do que a vontade de jogar na cara das pessoas o quanto elas são cínicas, falsas e cheias de falta de caráter. Mas claro que a doente sou eu. Talvez seja mesmo, passei a noite de ontem vomitando.


Tenho muitos planos pro meu novo lugar, paredes pra derrubar e lugares pra decorar. Pessoas que quero reencontrar e algumas conhecer. Reformas na casa e um negócio novo pra colocar pra funcionar. Meu pai pra cuidar e minha mãe pra descansar. Ruas seguras pra andar e lugares lindos pra fotografar. Respirar, respirar. Correr, caminhar!  


Mas antes de ir, tenho pessoas lindas que amo pra me despedir!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Tenho andado estranha e pensativa, mal consigo dormir a noite. Os pesadelos e a insônia voltaram. A vontade de chorar agora bate na porta da minha garganta louca pra sair. Voltei a roer minhas unhas. E enrolar o cabelo pra dormir. Voltei a ficar em posição de feto e me cobrir toda pra tentar ver se pego no sono com maior rapidez. Não é tristeza e está longe de ser. É apenas indecisão.

Sabe quando você tem um sonho, aquele que você quer tanto? Ai ele está prestes a se realizar, só que, se divide em duas partes quase impossível de juntá-las. O lugar que sempre sonhei, com uma pessoa que tem os mesmos sonhos que os meus, a mesma ambição, ideias, valores. E a oportunidade de abrir meu próprio negocio. Cada um em um lugar diferente.

Jogo cara ou coroa e vejo no que dá? Uni duni de salamê minguê? Mamãe mandou eu escolh... ela não me mandou escolher coisa nenhuma, ela apenas disse: VOLTA! Ai é que aperta. Porque fico pensando no meu pai, um homem que sempre foi forte, lutador, trabalhou a vida inteira, definhado, sumindo com o corpo e as palavras a cada dia. Imagino como deve ser dolorido para a minha mãe acompanhar isso todos os dias. E penso: Que que eu to fazendo que não estou lá dando força para a mulher e o homem que sempre me ajudaram em tudo? Que foram incondicionais em todos os momentos da minha vida? Que que eu to remando contra a maré ?  O que eu tenho a ganhar aqui? Nada. E a perder? Muito menos.

Lá seria meu. Eu iria poder arrumar bem do meu jeitinho. Fecho o olho e imagino.As prateleiras, a entrada, a cor das paredes, os objetos tomando seu lugares, as ideias se criando, as pessoas entrando.

Meu pai, minha mãe, meu canto!

Já pensei que seria retrocesso, mas acho que não.
Seria apenas cuidar de quem eu amo e que tenho a certeza que me ama!