segunda-feira, 27 de abril de 2015

Os que ficam e os que vão

Pessoas, seres humanos, gente. Um mundo repleto de seres vivos. Um universo a ser explorado. Uma infinidade a ser aprendida. E me pergunto, como ainda exitem pessoas capazes de se dedicar a árdua tarefa de enganar(em todos os sentidos da palavra) seu semelhante?

Somos sacos de células com o poder de manipular e condicionar. Alguns com mais inteligencia, outros nem tanto.  Uns que vivem uma batalha desenfreada na luta de egos, aumentando o exercito da ignorância e da soberba. Discernimento é uma palavra proibida entre as pessoas que chegam para ir.

Algumas pessoas acabam se tornando estrelas em sua vida, fixas. Essas que chegaram e nunca vão sair de perto de você. São pontos de luz compondo o mapa necessário na vida de qualquer pessoa. Outras, acabam sendo um cometa, uma apresentação artística na sua vida. Cativam totalmente a atenção por serem um acontecimento único. Não ficam, apenas cumprem seu papel e o destino designado.  O ser humano na sua inconsciente genialidade e capacidade multiforme, pode ser constante para uns e transitório para outros. Tudo depende do espaço que receber para ser, aliado com aquilo que tem interesse.

Em meio do emaranhado de acontecimentos que o mundo e a vida nos dá, se não souber o que falar, dê um sorriso, um abraço, um beijo, um presente, uma flor. Aprecie alguém. Mas nunca, nunca dê promessas não cumpríveis. Não acredite que as pessoas serão sempre estrelas, elas podem mudar sua função. Serão rápidas e fugazes.

A inteligência não é uma qualidade inata, mas um exercício regular de interligação, de associação de ideias, fenômenos e noticias. O esforço intelectual que produz conhecimento não é banal ou fruto de inspiração, é cotidiano, requer tempo e condições favoráveis. Exercite-se e, por favor, não seja apenas mais no exército dos que marcham sem ver.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O rosto que nunca existiu

Essa noite eu pensei em você, o cara que conheci em meio aquelas casinhas coloridas, passe meses sonhando com você. No meu sonho a gente caminhava de mão dadas, era frio, chuva fina e um guarda chuva preto que protegia nossos olhares, na minha cabeça tocava um blues. Você sempre comprava um café quente quando saíamos pra caminhar. Era uma espécie de ritual. Respirava fundo, sentia o ar gelado e você me abraçava bem forte, sorrindo e deixando seus olhos ainda mais pequenos.

Seu perfume forte, sua barba por fazer, até parecia um bom rapaz, seus cabelos bagunçados e sua bota surrada, você tinha toda uma poesia em volta dos seus 1,78m, seu sorriso tímido, o cigarro que você fumava, sempre ali, pra quando eu chegasse.

As vezes eu te procuro, você e as casinhas coloridas, já não tomo mais café, viro o olho quando escuto o barulho de uma moto, mas me perco quando vejo que não há sinal de você. O aeroporto estava vazio, as poucas pessoas que estavam lá não se pareciam com balões. 

Quando tomo uma cerveja me vem todas as ideias que trocávamos sobre os milhares de jeitos de se fazer uma cerveja digna de ser apreciada. Esses dias eu senti um cheiro, vindo de longe, adivinha? Era você chegando, eu ainda lembro. Era você com um café, era você com aquele isqueiro intocável pra ascender meu cigarro,  eu quanto eu tentava fugir do teu olhar. 

Caminhamos, pensei em voltar. Voltei com frio, decretei o fim. Não vou mais sentir teu cheiro, nem procurar alguém que ascenda meu cigarro. Eu vou deixar alguém gostar de mim. Você nunca vai deixar de ser sonho, você nunca foi, nem nunca será. Não temos uma foto, um bilhete, o medo é maior. 

Você nunca foi. 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A química que o corpo emana






Vem cá, pequeno gafanhoto, puxa uma cadeira, abre um cerveja e ascende um cigarro, vamos conversar. Um papo leve, descontraído, suave, suado.

Não acredito nessa coisa de concretizar a experiência afetiva. A gente transa, a gente faz amor, a gente come a gente é degustado e só assim temos a possibilidade de encontrar a felicidade plena, o auge do pico da felicidade, nem que seja por um momento ou dois. Não deixamos de ser humanos por isso, nem pessoas melhores ou piores, esse papo de regrar o que se faz ou não entre quatro paredes é coisa de quem não goza. Tudo o que se passa na cama depende do feeling, de desejo, de disposição, não de regras - e olha só, irônico, o mesmo vale para a relação amorosa.

Eu, acredito na nudez, corpo a corpo, não é superficialidade de sentimentos. Acredito no corpo, porque os sentimentos habitam nele, é através do corpo que manifestamos o que sentimos. Não acredito em divisão de amor e sexo, isso broxa. Uma pura masturbação mental ou metafísica.

Tanta coisa pra experimentar, com os lábios, com a língua, com os dedos, com as mão, com a mente, e ainda tem gente discutindo o que pode e o que não pode fazer. Vontade se mata.Talvez o segredo seja encarar cada gemido com a mesma intensidade que recebemos um elogio. Sou capaz de trocar qualquer "que bonita que você está" por sussurros ao pé do ouvido.

Vamos combinar, pequeno gafanhoto, se existe um lugar neutro na guerra de instinto contra sentimento, é na cama. Lá os tratados de paz são selados com suor, saliva e pele.  É lá que a trégua se dá, que as alianças são feitas, que sentenças são dadas. Qualquer conflito se acaba na cama quando os corpos entram em atrito.

Dois lados de uma mesma moeda, duas notas de uma mesma melodia. Não se preocupe se a pessoa só quer transar com você, quando é isso que você também quer. Pense que se for amor, amém, se for tesão, também. Afinal, o corpo e o coração que está dentro dele é de quem?