segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

me diste amor, pero de todos modos le tomó de mí.

Porque nas noites de insônia você ainda me dói. Me doem as lembranças das jantas divididas, da mão saindo do carro. Me dói a venda nos olhos e o cinto apertando meus pulsos...

Nas noites de insônia escuto Bethânia, Chico e Gal ardosamente. Leio qualquer um dos meus 5 livros escritos em espanhol pra lembrar de você sussurrando coisas sacanas no meu ouvido.

Nas noites mal dormidas lembro do cheiro que você deixava na cama, na toalha e no meu corpo...todas as manhãs antes de sair pra trabalhar. Eu ficava ali, saciando meu desejos mais insanos apenas com teu cheiro.

Nas noites que teu cheiro aparece misteriosamente na minha boca, fecho os olhos e me lembro de quando você tentou me ensinar a dançar tango. Nós dois nus na sala com chão de madeira, enrolados no teu lençol branco.

Dos dias ensolarados me doem teus olhos cheios de pintinhas cinzas, sorrindo pra mim e me desejando boa aula.

Mas eu te mandei embora, e não tenho direito de sentir dor. Te mandei sem piedade nenhuma de volta pro teu lugar. Pedi que fosse sem me avisar. E como de costume, você fez como mandei. Cheguei da aula da manhã e suas coisas não estavam mais lá, o cheiro do teu perfume ainda estava na minha cama, meu travesseiro, minha toalha.

Um bilhete rabiscado e uma rosa branca.  Meu sono, precisei ir, nao quis mais te sufocar com meu desejo por você. Por amor, te escuto e te acato mais uma vez....uma assinatura qualquer rabiscada.

E desde que você desceu do avião e correu para outros braços, as tuas lembranças me doem.

me diste amor, pero de todos modos le tomó de mí.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

das coisas que eu sinto

As pessoas ficam marcadas a ferro com o cancro e independentemente do desfecho, mudam para sempre. Mudanças pequenas quase imperceptíveis mas bem presentes. Eu mudei muito com a doença do meu pai. E sei que isso afastou algumas pessoas, que por vezes deveria voltar ao que era, mas não consigo.

Sinto-me mais intolerante, mais insensível. Não me compadeço facilmente com o mal dos outros. Chateiam-me pessoas que se queixam por dorezinhas. Não consigo animá-las. Não consigo fazer conversa de preocupada.

Mas também sou assim comigo própria. Não consigo lamentar-me como o fazia antes. 

E deixei de conseguir chorar. E tenho saudades de chorar copiosamente (pronto agora é que me chamam maluca). Chorar sempre serviu como um escape. A tensão acumulava e chegava a um ponto em que libertava tudo através das lágrimas e pronto ficava bem e seguia em frente. Era um processo natural. Agora não. 

Há quem diga que sou mais fria. Mas não consigo mudar esta maneira nova de ser. Preocupo-me realmente com as pessoas mas quando os problemas das pessoas me tocam mesmo.


domingo, 17 de novembro de 2013

Do barco furado

Você conhece alguém, e é a pessoa mais linda da sua vida, faz seu coração bater mais forte e sua garganta engasgar. Se sente capaz de enfrentar o mundo por ela. Te faz sorrir mesmo dormindo.Você só quer ser feliz. Mas, nem tudo é perfeito. Você comete uma erro, uma omissão. E o conto de fadas vai por água abaixo. E você rema, rema, rema, só que só rema para um lado, isso faz com que o barco fique dando voltas no mesmo lugar, e rio calma, límpido e tranquilo pode se tornar um redemoinho o qual certamente engolirá o barco.
Então você percebe que contos de fadas não existe, que as pessoas se quebram sim e que suas máscaras caem. Então você conhece seu amor verdadeiro, ama os monstros, ama a vergonha, a sujeira e até a indiferença da outra pessoa.
Só que o amor é um sentimento perigoso, ele alimenta a vida, mas se alimenta de suas emoções e se deixar ele devora até a alma e você não tem pra onde correr.
Passam dias após dias, o coração se acalma, a alma enobrece e o sorriso volta a brilhar. As coisas parecem mudar o barco anda e é iluminado por um sol lindo. E você já não pensa que o barco um dia foi furado e afundou.
As lembranças sempre voltam, quando se amou de verdade é impossível esquecer.

Eu to remando e to aproveitando o sol, to sorrindo e to mais leve. Mas tanto tempo sem amar é claro que um par de olhos deitado ao meu lado assusta.
Não me sinto preparada pra acordar com alguém me olhando!

domingo, 20 de outubro de 2013

Loucuras de Lorca.

A maquiagem perfeita e o figurino de exaltar os olhos. Os movimentos são perfeitos, as falas, os suspiros e a cada frase dita uma apunhalada no coração. Entre risos e brincadeiras, a realidade fava mais alto.

A história do inseto que se apaixona por uma misteriosa mariposa. Como se fosse real. A morte pelo amor impossível. A morte da alma, a morte de um coração, a morte da vontade de viver...

E como na realidade humana depois de sofrer, perder o coração e morrer por amor, se renasce novo, como uma papoula, uma flor linda e cheirosa.
Nítida a loucura de Lorca e Dali , as feridas abertas o sentimento e o lúdico que escancaram nele o tempo todo, tanto na obra como na vida.


Mas o que mais me comoveu foi o fato de se apaixonar pelo impossível, e com isso me levar a morte do coração.
Misturei a patinha do inseto amarela com os olhos amarelados do meu coração partido.


Uma pontinha de lágrima surgiu, meu coração tremeu.

Das cartas escritas em papéis...

QUERIDO EX AMOR... 

"Antes de tudo, por favor, me perdoe por dessa vez não usar as palavras mais doces ou meu tom de voz mais sóbrio, cansei de desperdiçar-lhes contigo.

Estou aqui para, de uma vez por todas, te dar o teu merecido adeus. Isso. Sem rodeios, floreios, sem mais delongas como você fez sempre tão bem. Estou aqui para dizer que esse é o limite do meu sentimento por você. Esse é o ponto final tão adiado por nós dois.

Hoje acordei mais cedo e fiquei me olhando no espelho, tentando entender porque nossa história não deu certo. Revi minhas falas, ajeitei o cabelo, passei uma água no rosto, coloquei curativo nas feridas. Vi que o culpado sempre foi você. Você e esse seu egoísmo. Esse teu peito inchado, esse teu ego inflado.

Você nunca esteve preparada para receber todo o amor que eu era capaz de dar. Você nunca esteve apta a receber todo o carinho, atenção, dedicação que eu, de forma idiota, me dispus a te oferecer. Você merece, mais uma vez me perdoe, sofrer ou encontrar alguém tão gelada quanto você, para assim aprender que ninguém, isso, ninguém vai te aquecer no calor dos braços, como eu.

Não quero te rogar praga, mas quero que você pague pelo mal que me fez. Quero que você rode o mundo, que beije centenas de bocas, que vá pra cama com dúzias, mas que ao final de cada dia perceba que nenhum deles foi capaz de te amar 1/3 do que eu amei.

Sempre tive os dias muito ocupados. Nem sempre dei conta do turbilhão de problemas que apareciam dentro de mim, ao redor da minha vida, mas sempre me preocupei com tuas noites de sono mal dormidas, tuas farras desregradas aos finais de semana, a bebedeira sem limites, as brigas com os pais e o trabalho que te acorrentava o pescoço. O que você me dava em troca? Migalhas. Como se a gente brincasse de João e Maria, deixando rastros de pão pra um seguir o outro. Pra, como é que você dizia? Eu não me perder de você.

Querida, você nunca teve o controle da situação. Eu, eu sempre fui refém de mim, do meu amor, do que eu sentia, do que eu passava por cima pra te amar. Hoje venho aqui, com esse buquê de rosas e um papel embrulhado, dar-te a sentença que você merece: a solidão. Mas uma solidão recheada de pessoas. Pessoas tão vazias quanto você. Pessoas que bebem para não se afogarem em cima da própria solidão. Pessoas que gastam aos tubos só para manter a mente ocupada e não caírem por si. Para não se enfocarem no próprio brio.

Sempre te amei, sempre fiz questão de dizer que te amava. Você dizia um ‘também’ meio insosso. O também, era por se amar. Disso eu não duvidava. Você se amava mais do que a qualquer outra pessoa. Esse sempre foi o teu problema. Se amar demais. Se achar centro do universo. E agora, olha só. Teu sol não gira mais entorno do teu queixo. Teu sol está partindo para dar luz a outras luas. Cheias, minguantes, minguadas, nascentes, nascidas, eclipses.

Não, não ria nem um riso frouxo, achando que assim como você, eu também perdi muita coisa. Não perdi nada. Você não tem mais nada a me acrescentar, porque você não é capaz de amar alguém, ao ponto de querer preencher os espaços vazios, curar as feridas, ou ser colo, ombro, braço. Você se ama demais para amar alguém.

Nas noites que tiver acompanhada, perceba que você só deseja saciar o teu prazer. Você não se importa em levar alguém às alturas, você quer pisar nas cabeças para chegar lá. Teu beijo, teu toque, tuas mãos, elas não querem ser par, elas querem ser rainhas. Reis. Elas querem o trono, queriam meu corpo como altar, como súdito, como submisso.

Me perdoe por ser tão doce ao ponto de te bater com palavras e ainda assim, te pedir perdão. É que mesmo sabendo ser ruim como tu tão bens me ensinastes, eu nasci pra ser bom. E tu, criatura cheia de si, não consegue ser bom a minha altura. Consegues sim, ser alguém a altura de poucos, dos baixos, dos infames, pérfidos e criaturas mesquinhas com quem se reúnes.

Desejo que seja muito feliz na tentativa fútil de achar alguém que te ame mais do que eu fui capaz de te amar. Desejo-me sorte, principalmente agora que criei coragem para te esbofetear os córneos. Que nos encontremos nas voltas que a vida der, e brindemos àquilo que poderia ter sido lindo, mas as tua feiura bela conseguiu estragar. Estou pegando de volta meu coração nesse momento. Dá-lo-ei a quem souber usar. Tu és incapaz de amar."

(data rabiscada no caderno: 20 de julho de 2012.)

sábado, 19 de outubro de 2013

das chances erradas

VOCÊ RECEBE UMA CHANCE, O QUE VOCÊ FAZ COM ELA?


Lá está ela, saindo depois de algum tempo enclausurada. Se arruma, se maquia, perfume, batom e salto. O salto. E vai, vai pra noite, pra festa com música ruim mas bebida boa. A casa cheia e a mente vazia. Nada lhe agrada. Depois de rodar pelo local quase a noite toda resolve sair, respirar um ar puro.

E a chance está lá...olhando para a máquina fotográfica encostado na parede. Sério, sempre sério. Engole as borboletas que tentam sair pela boca, toma mais um gole de coragem e cambaleia em direção a ele.

Oi!
Oi!

Conversa vai, conversa vem. Mais algumas fotos.

Quer carona?

Um quarto de hotel que não foi reservado. A boa educação que oferece um quarto.

Olhares trocados no corredor e a chance desperdiçada.
O momento que você mais quer, mas não poderia ter aceito. O momento era de recuar e aproveitar a chance.

É, dessa vez a chance era de ser contornada com cuidado, o qual  não pude ter. Foi mais forte...

O cheiro do corpo, o olhar de mistério, alguns drinks a mais. E foi, só foi. Sem volta.

O pedido de silêncio no dia seguinte como se fosse algo errado que tinha acontecido naquele quarto.

E desde aquele dia ainda tento engolir o silêncio, ficou engasgado na minha garganta. Ficou preso dentro do meu peito. E não tem nada que me faça engolir esse "caroço".

Então vem os encontros esporádicos na rua. E o misto do desejo com ódio!


Deveria ter guardado a chance para outro dia...teria aproveitado melhor.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Como se fosse mágica a mesa se fecha. Palavras fluem, ideias, personagem, pessoas, histórias, vidas, amores, bebidas. Enredam-se cabeças pensantes e borbulham a vontade de viver o hoje, sentir o hoje, amar o hoje! Ninguém é melhor do que ninguém, todos os gatos são partos quando os panos se fecham e sentam-se na mesma mesa.

Mata-se a saudade de sabedoria, a saudade de pessoas com o mesmo interior. Arte, como é bom e saudável para a mente e corpo estar rodeada de mentes pensantes e brilhantes.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

se ver, se aceitar

Tenho meus dias de fossa e sei o quanto sou complicada nesses dias, principalmente nesses dias. O quanto sou critica comigo e o quanto me machuco emocionalmente, sempre com o intuito de ver que não mereço ser feliz, com a ideia de que mereço sofrer.

Erro de uma forma inexplicável e tento usar minhas dores para justificar as burradas que faço. Ilusão de que a minha dor supera a cagada que acabo de fazer.

Ninguém tem culpa desse meu jeito autodestrutivo, sempre foi assim e não mudará tão logo. É meu ponto negro, meu lado negro.

Mas como um amigo disse uma certa vez, todo mundo tem um ponto de equilíbrio,  um ponto de luz (nem que seja o tênis branco). Eu ainda não consegui encontrar meu ponto de luz, meu tênis branco.

Perdi mais uma vez meu centro de prumo.

As vezes ainda me pergunto, o que eu fiz para ter amigos tão especiais, pessoas que me entendem. Mesmo sendo a pessoa mais errada do mundo. Prefiro pensar que essas pessoas são verdadeiros anjos que me ajudam a encontrar meu centro.

Depois de uma noite de sem dormir e de pensamentos que não me deixaram dormir, cheguei a uma conclusão, que na verdade eu já sabia, está na hora de entrar no meu barco e ir pra minha ilha, lá eu vou encontrar meu ponto de equilíbrio. E só volto de lá depois disso.

até então, chega de fazer tanta merda!

domingo, 15 de setembro de 2013

desabafo

Já tentei tudo, mudar de lugar, cozinhar, lavar, passar.
Tentei terapia, tarot, chás, acupuntura, corridas, banho de cachoeira, ioga, dança.
Já li tudo, assisti tudo.
Já tentei astrologia, boate gay, festas héteros, ecologia.
E sobrou só esse nó no meu peito.

sábado, 20 de julho de 2013

Dos saltos da vida...

Eu me apaixonei por você exatamente na hora que pulei na frente do carro pra pedir carona.

Me apaixonei ainda mais quando vi seus olhos verdes.

Te "esqueci" porque sabia que você não era pra mim, te esqueci porque precisava me esquecer.

Usei das férias pra fugir dos meus sentimentos, todos eles. Os que sentia por você, por amigos, por mim mesma.

Selecionei pessoas e sentimentos. E vi o quanto me ferrei na volta as aulas. Você lá, sorrindo com seus olhos verdes.

E fui me apaixonando por você a cada OI que seus olhos davam. A cada cruzamento pelo campus. A cada desviar de olhares e fingimentos de não ver um ao outro!

A logica do vento. O caos do pensamento. A paz na solidão. A órbita do tempo. A pausa do retrato. A voz da intuição. A curva do vento. Você!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

das coisas que me questiono...

Será que eu fui tão ruim na minha vida passada que hoje não encontro a felicidade?
Será que isso vai me levar pra algum lugar melhor?


As vezes eu canso de sugar energia ruim das pessoas. E odeio como  tem pessoas que me afetam de uma maneira tão negativa.
E porque me importo tanto com justiça que chega a dor meu estomago?
Quando tudo isso vai parar? Quando eu vou ter senso de justiça para comigo?

E me pergunto, terei eu, a capacidade de poder amar novamente? Ou será que isso foi me tirado também?


escorro só para
não perder a gota,recolho a salivapara inundar o gosto -líquida, provoco a sedeevaporando para voltarna próxima chuva

domingo, 23 de junho de 2013

do tempo ao tempo

se o tempo passar
deixe apenas
que passe

no tempo não
há alianças
nem algemas,
nele se anulam
as promessas

há este segredo:
não nascemos para um amor,

morreremos pela liberdade.


Você passa os dias não mais esperando por uma mão sobre a sua nos dias de domingo. Os poemas viram textos e se perde o carinho nas palavras e leva-se a dureza para os dias. Não sei bem certo quando e onde amadureci para o amor. Nos repartimos para nos multiplicar. Faço uso da razão para não mais ferir. Endureci não por falta de amor, mas por excesso. Nunca medi o tamanho dos beijos, antes da paixão eu já cedia a entrega. Mas uma serenidade me convidou ao descanso, e já não o faço mais, por agora. Somente espero sem subornar a expectativa. Vezenquando a espera tem recompensa e favorece o tempo. O tempo, esse traz a cura. Hoje não espero mais por companhia e nem uma mão pousada sobre a minha nos dias de domingo. Uma vida sem amor, é tão cruel como a morte. Então, por enquanto, adormeço. 

domingo, 16 de junho de 2013

desconexo

Onde tudo parece um sonho do qual não consigo acordar.

Como quando eu quis sair daquela cidade fria e não sabia como...Como se eu fosse uma estrela caindo do céu, longe. Que ninguém vê e chega ao chão sem nenhum pedido. Então eu imaginava você vindo, como eu te imaginava. Você vindo: Vai ficar tudo bem, você dizia. Eu imaginava.

Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Amy, um dia de Teresa de Calcutá. É assim que eu levo minhas batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. Me falta tesão espiritual, cultural, mental talvez.

Já não tem mais graça sair, as pessoas que conheço se transformam em cadáveres decompostos à minha frente. Emerge podridão de suas cabeças e bocas. Eu não consigo fazer nada pra evitar, apenas tapo o nariz com meu cachecol pra amenizar o cheiro.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Das dores que sinto...

Tento ver como se fosse um delicado romance, cheio de paixão mas também de pudor, ainda piso devagar sobre a matéria ardente. Romance tenso, cheio de tristeza e de revolta, de atração pelo risco mas também cheio de fascínio pela beleza.

Eu sempre soube o peso do caminho que me coube atravessar, arrancando do meu corpo um espírito onde dor e palavras se conectam de um modo fatal.

Me sinto um ser exalando algo de sexual, e de solitário também. Apesar de toda volúpia de viver sempre me frustrei, mas nunca desisti de recomeçar. O medo da loucura, do desastre, do fracasso, se agiganta cada vez mais. E procuro extrair dos mergulhos negativos, sentidos novos e vitais.

E bate a vontade de ficar sozinha, o desespero, e renasce um equilíbrio sempre além do comum. É, costuma ser sempre assim, em um tentativa de retrato de nós dois; sempre fica algo de fora da moldura, oculto pela fina linha, reservado para olhos de poucos.

Cansa forçar a memória, buscar fatos muitas vezes esquecidos num cantinho das lembranças. Cansa reviver momentos tristes e a partida de alguém que se amou. O ponto de chegada nunca existe. Por definição, é imperfeito.

A cumplicidade muda e secreta que existia, agora está congestionada. O desejo de viver um grande amor, a busca de uma identidade, continuam.

Pude sentir, que naquele dia algo aconteceu no seu coração, e não parecia nada agradável.

Quando passo por aquela esquina, espio sempre por trás da árvore. E mesmo sem querer, sem perceber claro o que sinto, lembro daquela tarde que me despedi de você, caminhei a noite toda pensando em coisas que nem lembro mais. E penso se não devo, as vezes, fazer o percurso inverso até a sua casa, pra ver se esse sufoco passa. As sombras que crescem devagar sobre a rua quente do verão passado. As sombras, enfim.

Acho engraçado como as pessoas que me conheceram depois de você, não imaginam se quer um fio das dores e traumas que carrego todas as manhãs no meu peito.

Assumo toda a emoção que carrego em mim. Emoção essa que é vertida em alguns momentos em uma rara plenitude de um momento cheio de paz.

Sempre acho um jeito de colocar defeito em todas as pessoas que passam pela minha vida. Não deixo possibilidades nenhuma de roubarem a minha paz. Individualista ao extremo, não deixo que adentrem a porta. Salto fora, soltando farpas por tudo que é lado. Como se uma peça para meu funcionamento estivesse quebrada.

E já me falaram inúmeras vezes que já está na hora de virar a mesa ao invés de só pedir outra dose.

Essa dor precisa ser mexida e remexida pra sair algo de bom. É preciso sangrar para produzir. E é isso que faço cada vez que escrevo sobre você. Sangro.

Esse texto coreografado não faz sentido nenhum, mas conta toda um pós história sobre as minhas verdades.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

das coisas que se repetem.


VOCÊ  foi e sempre vai ser o meu outono. 
Foi e sempre vai ser o final do outono. 

  Aquele que chega de mansinho , quase sem perceber . 
Deixando a temperatura amena, agradável de se deitar, passear, respirar. 
Você sempre será aquele outono, onde aos poucos as tulipas começam a aparecer, e as flores comuns se vão. 
Porque como o outono você não é nada comum.  
Você vem com aqueles cachecóis leves, aquelas roupas gostosas de abraçar. 
E como seus cabelos ficam lindos no outono. 
Te conheci no final do verão, mas foi no outono, debaixo daquela árvore onde as folhas começavam a secar que eu me apaixonei pelos teus olhos verdes, que ficavam cada vez mais verdes com o passar do outono. 

Todas as noites eu ganhava uma flor e um vinho diferente. 
Conhecia  filmes, músicas, desenhos, texturas, gostos e cheiros. 
Durantes os quatro meses de outono eu me apaixonava cada dia mais e mais. 
Me apaixonava pelas folhas secas que caiam, pelas flores que se iam e pelo frio que cada vez aumentava mais. 


Mas como toda estação, você também se foi. 
Teve que partir. 
E eu cega pelas coisas encantadoras de você e do outono não percebi como estava ficando frio e como o final do outono seria duro. 
O outono se foi, você se foi, eu fiquei. 
Colocou seu casaco, arrumou seu cachecol mais quente, colocou as luvas e calçou suas botas. 
Me pegou pela mão e me puxou contra seu casaco de inverno macio, me beijou e disse que precisava partir. 

Como o outono você se foi levando todo o ar ameno e confortável, deixando apenas o inicio do frio. 
O inverno passou, chegaram as flores da primavera e o calor insuportável do verão. 
Quando a temperatura começou a ficar boa, lá estava você, lindo como sempre, me trazendo o outono. 
O melhor do ano e toda aquela coisa que vem com ele. 
Você e todas as coisas lindas do outono são o que fazem meus anos mais felizes. 
Corro pro teu colo e esqueço de todas as temperaturas ruins. 
O outono chegou e seus lindos olhos verdes vieram com ele mais uma vez.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

aquelas coisas

Aprendi a não dormir com os pés pra fora da cama. Aprendi a dormir com muitos travesseiros. Não procurei mais cabelos pra enrolar. Aprendi a dormir em silêncio. Aprendi a esquentar meu nariz no travesseiro e não na orelha de alguém. Coloquei meu pc no teu lado da cama.


Aprendi a não mandar mais mensagens. E não ter segundos encontros. Aprendi não dar explicações e não pedir nomes. Aprendi a dormir vestida e sozinha. Aprendi a esquecer aquele perfume e os olhos verdes puxados. Aprendi a dirigir e fumar.


Guardei meu narguilé e as suas fotos. Doei as suas roupas que ficaram comigo. Perdi o medo de andar de ônibus. Parei de ser simpática com todos que passam pela minha vida. Comecei a comer carne e beber cerveja.


Aprendi a selecionar pessoas. Aprendi a degustar as bebidas. Aprendi a estourar champanhe. Aprendi a fazer compras no supermercado.

Me desfiz dos seus prendedores de cabelo preto. Cortei e mudei a cor do meu cabelo. Agora pinto as unhas e os lábios.


Aprendi a viver sem você.



Então, você não tem o direito de aparecer na porta da minha casa com seu cabelo preto perfeito esses olhos verdes puxados e a barba por fazer depois de quase 8 anos. Como se tivesse ido pra guerra e agora retorna pra casa.

Eu me desfiz de todas as tuas coisas e manias. Eu me refiz depois da tua partida, e olha, levou algum tempo.
Então vista seu casaco herchcovitch e continue sua vida. Dessa vez eu não tenho um mês pra você na minha vida.

domingo, 7 de abril de 2013

Ser

Seria a pessoa perfeita, se eu não fosse tão estragada!

Seria  a pessoa perfeita se eu não me exigisse tanto.

Seria a pessoa perfeita se me fizesse voar.

Seria, seria...seria.....ser.....ia.

sexta-feira, 29 de março de 2013

tic tic tic

Tudo o que é legal é arruinado.
Foi assim antes de chegarmos aqui.
Desde sexo a relacionamentos.
É tudo tão seguro e conveniente.
Homogeneizado.
Troca de personalidade se transforma em outra coisa,
como em um teste de compatibilidade.
"Qual seu filme favorito?"
"Qual sua música preferida?"
E com um simples click podemos realizar o sonho de encontrar alguém como nós.
E podemos postar fotos em redes sociais.
Não, eu não quero mais isso.

Quero conhecer alguém da forma antiga.
Tipo, em um bar.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Das noites

Eu lembro que foi a primeira coisa que vi quando entrei naquele ônibus.
Seus olhos amarelo esverdeados.
E por noites a fio eu fiquei observando você.
Seus olhos percorriam as palavras no livro, você lê Bukowski.
Todas as noites eu olhava você e não podia te tocar.
Espiava por entre as poltronas seus olhos iluminados pela arandela.
E fica ainda mais bonito quando encosta a cabeça na janela e dorme um sono suave, iluminado pela enorme lua.
Eu lembro de querer o banco ocupado por sua mochila.
Sabe o que eu queria agora meu bem?
Sair e sentar lá fora, que você me oferecesse um colo e uma conversa.
Hoje, hoje foi diferente, eu sentei ao seu lado.
Encostei meu cotovelo no seu.
E me apaixonei pelo desenho da sua boca.
No escuro eu vi o infinito se tornar seguro.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Nunca ouvi uma palavra de apoio. Nunca ouvi uma palavra de incentivo. Sempre foram as cobranças, as reclamações. Sempre jogou na minha cara meus erros e minhas não conquistas. Sempre fez questão de pontuar minhas falhas.

Sempre que tem oportunidade me cutuca com uma faca longa e pontuda o fato da minha "tentativa de casamento" não ter dado certo. Sempre que pode, corta um pouquinho das minhas pernas, pra ver se meu passo diminui. E tudo o que eu faço nunca está bom.

As pessoas de fora se perguntam o porque das coisas que eu tentei fazer não darem certo, claro porque, ele é um exemplo para as pessoas de fora, mas em casa, ninguém sabe o que ele é.


domingo, 17 de março de 2013

Das festas que não se dança.

O tempo não comprou passagem de volta. Tenho lembranças e não saudades. Lembro os momentos vividos e tenho vontades de conversar, não de reviver. Sem misturar os fatos. 

Alguns pontos eu simplesmente esqueci. Não tenho nem lembranças e nem vontades. Apenas foi um tempo que eu aprendi e passou. Não vivi, para relembrá-lo. O passado é feito de erros, de tentativas. Nunca confie em uma pessoa sem passado, por pior que ele seja. 

Aprendo, com os dias,  que o corpo e mente é o melhor esconderijo. Escondo-me no meu mundo particular pra pensar sobre o que me deixa aflita. Arrumando cada canto, e sempre penso que, dentro de mim é o melhor lugar pra se viver. 







Ontem ouvi uma frase que muito me fez pensar: Você é a mulher mais linda da festa, pena que tão triste, quando estiver com um sorriso no rosto, volto a falar com você! 

E me contorci na curiosidade de saber seu nome, deixei ir! 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Do tal "dia da mulher"

O que se deseja nesse dia 08 de março de 2013?

Felicitações, flores, chocolates, joias, jantares, respeito? RESPEITO?
Falta a mulher tratar a outra mulher com classe, não só nesse dia, mas em todos os outros. Porque esperar do homem algo se você tem que começar recebendo da sua semelhante?

Difícil, não?

Por mais intima que seja, sempre vai haver o pisão. E nem digo das brigas que temos quase que diárias com nossas fiéis escudeiras, digo do respeito do dia a dia, do passar dos anos. Das confidências feitas sob a cama em meio a chocolates, salgadinhos e filmes. Das confissões e bebedeiras nas mesas de bares. Da rivalidade não dita.

Sempre fiquei neutra quando a questão era: sexo oposto (ou o mesmo sexo), sempre respeitei, mas isso não se pode esperar de qualquer pessoa.

Mulheres e Homens não se roubam, não se tiram de outras pessoas. Se conquista, se ganha em um olhar. E uma conquista ganha, jamais é esquecida.

Dia da mulher é todo dia. No trabalho, na rua, em casa, na cama. Respeite, queira bem, elogie de olhos e sorriso sincero.

Afinal de contas o que seria de nos mulheres, se não fossem vocês MULHERES?

terça-feira, 5 de março de 2013

Madrugadas...

Todos os dias realidades caem à nossa frente, com elas lágrimas, sorrisos ou pensamentos. Hoje caiu mais uma realidade cuja qual eu estava adiando para enfrentá-la: A felicidade da outra pessoa. É como se eu me sentisse livre, agora. Mesmo não tendo o porque carregar o peso da espera, eu o carreguei por longos meses.

Por dias eu vinha sentindo uma angustia, um aperto, hoje as lágrimas vieram e eu entendi. Livre, deixe ir. Consegui deixar ir, desapeguei, olhei as fotos sem rancor nenhum. Cada um tem seu tempo e o meu se deu hoje, em uma madrugada fria e cinzenta, como tudo começou.

Agora é a minha hora de ser feliz. É a minha hora de fazer andar a vida. Girar. Colocá-la em movimento.
Eu consegui parar de fumar, por enquanto. E amanhã retornarei os exercícios.




Mas uma pergunta ainda bate: ESTAREI EU LIVRE PARA AMAR, NOVAMENTE?

segunda-feira, 4 de março de 2013

O passado, sabe?


O que eu queria agora, é correr lá fora. Andar nas ruas sorrindo.
Sabe o que eu queria agora? Encontrar alguém que não faça perguntas sobre o passado. Que me beijasse a boca segurando forte nas minhas costas.

A história começa a partir do momento onde os olhos se cruzam. O que acontece antes não diz respeito a ninguém que não seja você mesmo. Não me conte de seus amores passados. Não me fale dos teu erros e acertos. Me conte da sua bagagem cultural, dos filmes, shows e viagens. Me deixe totalmente presa a você com palavras sabias. Me ofereça uma taça de vinho da garrafa que nunca foi aberta.


Me conte dos lugares que você conheceu e os idiomas que aprendeu. Guarde os sentimentos passados, me interessam apenas os presentes.

Aprendi que quanto mais se pergunta, mais se quer conhecer a outra pessoa, mais você descobre coisas que não gostaria de saber. Dê valor aos sentimentos presentes, as atitudes presentes. Os olhos que brilham na sua frente é o agora.


O presente não se alimenta do passado. ele é esfomeado pelo futuro.

sábado, 2 de março de 2013

Era uma vez...

EU QUERO se torna totalmente inútil e vazio depois de ser pronunciado o EU QUIS. Jogo de emoções e a venda de uma imagem inexistente. Você compra o produto que quer e no primeiro defeito é devolvido ou substituído por outro.

De substituições pelo mesmo produto apenas com embalagem diferente eu já estou farta.

Como é difícil encontrar pessoas que tenham o mesmo gosto que você, que te prendam pela conversa, que te mostre o desconhecido, que te inundem o pensamento de coisas pensantes. Que te instigue a apurar os ouvidos, a fala, o tato, o cheiro, o gosto. Que te faça viajar sem sair do lugar. Que te deixe confortável com o silêncio e um olhar cheio de palavras. Que te faça ter vontade de ser abraçada.


Na minha desistência de sonhar ganhei doses de indiferença, indiferença por abraço e irritação ao toque carnal. Ganhei um humor invejável e dolorido não apenas para quem escuta. Comprei passagem para uma ilha da qual ainda não voltei. Me alimento de livros, séries e filmes.





Espero:

Diminuir minha dose de sarcasmo e humor ácido que ferem sentimentos alheios.  Conhecer lugares diferentes, e quase vazios, não quero multidões atrapalhando minha observação. Ver detalhes subjetivos. Paz. Olho no olho. Um jardim onde eu possa conversar com minhas plantas e colocar os pés na terra. Uma casa com varanda. Alma, pele, reciprocidade. Lealdade. Filmes. Teatro. Músicas. Idiomas. Lugares. Cheiros. Gostos. Texturas. Um Infinito Particular.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Nunca conseguimos encontrar a sintonia perfeita. Tem o estilo que eu gosto, mas não tem a atitude que eu gosto. Fala exatamente as coisas certas, mas é tão comum. E eu me perco no TIC e TAC da madruga. Eu sei que assim eu não vou chegar a lugar nenhum e ainda perco oportunidades de sorrir pelo caminho.


LAWFUL


POSSO MISTURAR OS DOIS?


É o perdido olhar que cruzo na noite
O chamar de uma voz suave
O encontrar sem querer
E o desviar e rever.

O sorriso incontido na chegada
O abraço de esmagar
O minuto sem respiração
E a quantidade de assuntos.

O toque no rosto de cumprimentar
As mão que se pegam sem ver
O toque nos joelhos
Mini conversas
Uma noite sem fim.


AND NOW??


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Das coisas que alimentam meus curtos sonos

Era só um fio de cabelo do vento separando nossas bocas, 
o segundo antes do beijo, 
a mão que chega primeiro nas costas, 
o abraço que imobiliza a ação, 
a última respiração depois de perdê-la, 
a palavra decorada que flutua, 
o cheiro do outro que se confunde com o cheiro do corpo, 
as pernas que se entrosam, 
os umbigos se encaixando para um novo mundo, 
os seios se comprimem contra o peito. 


Tudo um segundo antes. 


A certeza de nos conhecermos inteiros para nos entregar para o outro.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Dos sustos da madrugada!

É estranho acordar depois de apenas uma hora de sono procurando alguém que nunca esteve em sua cama. Sentir saudade de algo que nunca teve?

Procurei por fios de cabelos na vaga esperança de talvez você ter saído sem eu notar. Nada! Agarrei meu travesseiro em busca de um cheiro desconhecido. Em vão.

E lá se foi meu sono. Peguei meu celular pensando em uma mensagem: Você esteve aqui? Foi tão real!
Apaguei. Puxei meu edredom e fiquei olhando o teto em busca de um sinal de sono.

Clareou o dia e eu ainda estava lá, procurando uma resposta para o sonho intenso que eu tive. Será que somente em devaneios da madrugada para eu ter seus olhos no meu corpo?



Vem baby e deixa eu repousar meu corpo no seu.
Deixa eu tirar seu óculos e me perder no seu peito.

Dos sonhos que me despertam na madrugada.

Eu sonhei com você baby,
No meu sonho você estava comigo
Sorria e tinha um cheiro bom.
Baby
Enquanto eu deitava no seu ombro
Seus dedos corriam pelas minhas costas
Enquanto eu mexia no seu cabelo
Sua mão repousava no meu quadril.

Meu sorriso contido refletia na sua lente,
E você me beijava os olhos
Enquanto afagava meu cabelo!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Das decisões na madrugada!

Talvez seja a hora de me apaixonar. Talvez seja a hora de reconhecer todo esse sentimento. Eu que sempre fui amor espalhado aos quatro ventos agora me vejo como um iceberg parado, gelado no meio do oceano, a deriva.

Mais do que me apaixonar eu quero conhecer a pessoa com o dom de fazer meu coração pulsar. Não quero um pedido de namoro, não me prometa nada, não me peça nada e nem marque lugares e pessoas, apenas faça meu coração vibrar. Quero uma noite de vinho na escada acompanhada, dividir as minhas estrelas e a minha música.

É por isso que preciso me apaixonar meu iceberg já não cabe e o frio já não faz mais sentido. Mais uma vez eu sou uma página em branco. Repito: sem declarações, sem pedidos, sem flores, sem apresentações, sem horas e lugares marcados. Apenas faça meu coração vibrar.


Quero partir pro desconhecido. Abandonar todo esse sarcasmo irônico em troca de sorrisos e palavras bonitas.


Eu sei, chegou a minha hora de subir no barquinho e remar.


Vou nem que seja pra descobrir que vai doer de novo. Vou porque meu coração é amor.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Dos caminhos invertidos

No inicio da insônia que eu levanto para ir ao banheiro, eu sei que esse trajeto se repetira ao longo da noite.  
Volto com uma dor estranha, encosto na cabeceira invisível e inclino minha cabeça para que ela se junte aos meus joelhos marcados. Sinto meus olhos molhados apertarem contra meus hematomas, não sinto dor.

O pontinho no coração de pedra derreteu no exato momento em que entrei no corredor. O pontinho guardado por semanas no meu relicário de gelo derreteu. Lutei durante algum tempo para deixá-lo intacto. Fugi, fingi, menti. Mas veio como uma fagulha iluminando o fim da estrada, uma estrada que eu já conheço o final.

É aquele olhar o enorme sorriso e a voz grave. Foi o estranho momento que nos encontramos. Tocou o intocável.
Uma gestação para parir um coração de gelo. Quatro olhares para derreter.

Eu seguraria em sua mão,
eu daria tudo para ter você.
Beijaria os nós dos seus dedos
E te faria feliz!

Já tinha sido avisada que isso aconteceria.
Já sabia que me pegaria de surpresa.
Não podia ser você.
Tinha que ser com você?
Tinha que ser pra valer?



Eu encaixo certinho no teu abraço. 
É um pouco tímido ainda, é um pouco frio ainda, 
mas sei que tenho meu lugar no mundo. 
Seu olhar me procura na multidão, sempre me encontra. 
Sua mão segura meu pulso no meu passar, volto para te firmar. 
Tenho medo do que posso sentir, tenho medo de te dizer sim. 
Só não quero deixar de ir, de retribuir teu gesto discreto, teu riso ingênuo. 
Te levo como meu último pensamento antes de dormir.

Sim, isto é para você.




E MESMO...

Mesmo que a gente não se cumpra
foi bom ter a sensação de um talvez,
valeu a palpitação de um "quem sabe",

a ansiosidade do amanhã transferido.


Guardo essa pontinha minúscula de felicidade
com a gratidão de quem encontrou algo valioso:
uma possibilidade de amor nos basta
para que a vida não seja em vão.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

No ultimo ano meu coração virou gelo ou pedra, ainda não sei. 
Não me apaixono, não gosto, não tenho ciumes e não vou atrás.
Não me julgue que eu não tomarei satisfações. E nunca em hipótese alguma distorça os fatos. Vou jogar a verdade na sua cara quando menos esperar. 
Sou excessiva e isso tem me incomodado.


Percebi que idade não faz caráter. Que alguns 19 anos se portam como pessoas adultas e que uns 20 e tantos estacionaram nos 16 anos.

Seja homem, vista-se como homem, dance como homem, fale como homem e o principal tenha atitudes de homem. Crianças, bastam as que os homens de verdade deixam na creche quando saem para trabalhar.



Isso vale para mulheres também: Sejam mulheres e não crianças mimadas.





quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Chega uma hora na vida que a gente descobre:
Quem interessa...
        Quem nunca interessou...
                Quem não interessa mais.

Também chega a hora de entenderem que você só vai dar abertura quando quiser e para quem interessar.
                     Que todo mundo, inclusive as mulheres, descartam quando for necessário e não lhe for mais útil. 
                              Que a surpresa, o suspense é sim interessante, e que  deve descobrir-se um ao outro um pouco por vez. Presente sem embalagem não contenta nem os olhos.
                               Já faz tempo que me desliguei dessa paranoia de "o que os outros vão pensar?" e passei a agir de acordo com a minha vontade, da forma que julgo ser certa. Que se dane todo o rosto, afinal quem vive o momento sou eu! E se eu me der mal,...então arquivo tudo como EXPERIÊNCIA!!!!
                         Não deixo mais meu tempo livre para: quando quiserem. Agora é: quando eu quiser, e possivelmente, eu não queira mais. 
                 


                            




terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Não sei o que é dormir no colo. Encostar a cabeça no ombro da outra pessoa e dormir. Virar de costas e sentir alguém vindo e me abraçando  se enrolando nas minhas pernas. Afastar o cabelo e sentir o repouso de  sua boca no meu ombro tatuado. Seu braço passando por baixo da minha cabeça.

Não sei o que é sentir uma mão me procurando no meio da noite. Ouvir uma respiração ofegante se acalmar quando é abraçado no silêncio da escuridão. Quero alguém pra dividir o copo d'água do meu criado mudo. Quero alguém pra observar dormindo.
 

Quero dormir agarrada no teu cabelo enquanto suspiro meus sonhos no teu peito.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

E você me ganhou no sorriso tímido de um bom dia quando entrei porta a dentro. O cabelo bagunçado e o olhar curioso por trás de vidros reluzentes fizeram minha espinha arquear. Andei por todos os cantos do cômodo tentando disfarçar minha curiosidade infame. Curiosidade de saber como você é por trás desse óculos de nerd e desse sorriso cativante. Sua inquietude combina com minha hiperatividade. Gostei da ideia de poder sentar no chão e vasculhar seus discos enquanto Zeppelin toca no seu juke box e você toca bateria imaginária.
Queria empurrar você em qualquer uma das quatro paredes e sentir que gosto você têm. Ali mesmo, não me importaria se pessoas espantadas olhassem com desprezo. Encosta teu peito nu no meu e deixa eu repousar minhas coxas no teu colo. Segura meu quadril com força e beija~me o lóbulo da orelha direita e sussurra: TE QUERO AGORA!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A velha história de que o mundo gira e a gente acaba pagando pra ver. Situações inesperadas nessa semana. Voltam assombrações e escapam as novas luzes. 

Algumas cervejas artesanais, alguns cigarros e cá estou eu: repensando as oportunidades que deixei escapar por entre os dedos por ser birrenta. Isso mesmo, teimosa e me achando dona da situação. Toma! Quebrou minha torradeira. 


Sou teu bem, sou teu mal.



balão de vira mundo
não me venha incomodar
deixa eu aqui sorrindo
bem quieto dividindo
nem tão depressa
que eu já ate mudei de idéia
e quero mais
que te enfureça, venta, fuça
lambe fogo
esperneia aço quente quando enfim chegar socorro
e destroa-te também quando o cesto corta peso
até não sobrar mutuca
até não sobrar.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sempre sobra alguma coisa, um segundo no tempo, um lapso de memória. Um som, um gesto, uma palavra, um toque, qualquer coisa viva e intensa. Mesmo mínima, mesmo perdida em milhões de anos luz, essa pequena faísca que brilhou e apagou quase que ao mesmo tempo, se eterniza em algum lugar da história. Não morrerá comigo, você se fez inesquecível



Não há mais nada para acontecer
nada que não seja previsto
nada que possa surpreender
não espanta flores nascendo nas calçadas
não apavora estrelas novas sendo penduradas
nem o corpo vencendo a física
nem o cego lendo mímica
nem a ciência na sua vã experiência e sua cara de
reticências nas coisas que o amor pode fazer...
o mais impossível era esse encontro
entre tantos desencontros,
entre tudo que não tinha nada a ver,
só tinha que ser você para ser inesperado
e agora que venha o que vier
porque de resto nada além,
agora o que vem já é esperado

sábado, 5 de janeiro de 2013

VOLTEI!


Sempre fui adepta da conquista, do mistério, sedução, poder que palavras podem ter, jogo de olhares. Tudo o que vem fácil, vai muito mais fácil. Me policio muito, pois não tenho noção quando se trata de conquistar o alvo. As vezes, minha mentalidade é de homem, conquisto, uso e jogo fora... Essas são as conquistas voláteis que eu gosto de chamar. Evaporam rápido de mais, se bobear acorda com o frasco vazio. Não sinto prazer nenhum quando o jogo é esse. Apenas tenho a necessidade de provar para eu mesma que posso fazer o que bem entender com quem bem entender. Ceifa de corpos e desejos. Ninguém entende. Muitos falam que me usam, que posso ser pega por quem quiser. Engano seu, mal sabem que por traz de todo o meu jogo, quem se delicia com a falsa inocência sou eu. Quem usa e abusa de uma fragilidade inexistente sou eu. Mas cansa...essa coisa de futilidade carnal.

Preciso de um canto...um obro..preciso de uma conquista difícil. Preciso de uma conquista que valha a pena cada dia. Que me cutuque e peça mais todos os dias. Que me faça acordar com o frasco pronto pra ser cheio. Que me brilhe os olhos no BOM DIA! Que deixe meu cabelo sedoso. Que me faça andar de salto alto pra tocar nas nuvens.

Preciso me adaptar ao meu novo estilo de vida. Tudo concreto, nada volátil.