domingo, 23 de junho de 2013

do tempo ao tempo

se o tempo passar
deixe apenas
que passe

no tempo não
há alianças
nem algemas,
nele se anulam
as promessas

há este segredo:
não nascemos para um amor,

morreremos pela liberdade.


Você passa os dias não mais esperando por uma mão sobre a sua nos dias de domingo. Os poemas viram textos e se perde o carinho nas palavras e leva-se a dureza para os dias. Não sei bem certo quando e onde amadureci para o amor. Nos repartimos para nos multiplicar. Faço uso da razão para não mais ferir. Endureci não por falta de amor, mas por excesso. Nunca medi o tamanho dos beijos, antes da paixão eu já cedia a entrega. Mas uma serenidade me convidou ao descanso, e já não o faço mais, por agora. Somente espero sem subornar a expectativa. Vezenquando a espera tem recompensa e favorece o tempo. O tempo, esse traz a cura. Hoje não espero mais por companhia e nem uma mão pousada sobre a minha nos dias de domingo. Uma vida sem amor, é tão cruel como a morte. Então, por enquanto, adormeço. 

domingo, 16 de junho de 2013

desconexo

Onde tudo parece um sonho do qual não consigo acordar.

Como quando eu quis sair daquela cidade fria e não sabia como...Como se eu fosse uma estrela caindo do céu, longe. Que ninguém vê e chega ao chão sem nenhum pedido. Então eu imaginava você vindo, como eu te imaginava. Você vindo: Vai ficar tudo bem, você dizia. Eu imaginava.

Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Amy, um dia de Teresa de Calcutá. É assim que eu levo minhas batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. Me falta tesão espiritual, cultural, mental talvez.

Já não tem mais graça sair, as pessoas que conheço se transformam em cadáveres decompostos à minha frente. Emerge podridão de suas cabeças e bocas. Eu não consigo fazer nada pra evitar, apenas tapo o nariz com meu cachecol pra amenizar o cheiro.