quarta-feira, 27 de maio de 2015

Um olhar mais demorado





Tem gente que não tem paciência, destrói seu casulo antes do tempo e não aprende a voar. Seja borboleta e não lagarta. O leite só ferve quando você sai de perto.

Expectativas, esperamos que as coisas aconteçam ao nosso tempo...I.L.U.S.Ã.O.
A vida não está nem aí pra sua pressa, pro seu momento, pra sua decisão. Aprenda a confiar. A relaxa. A i.g.n.o.r.a.r.

Parece existir um radar sinalizador capaz de dotar a vida de perspicácia e estratégia. Porque também não basta se afastar fingindo que não está nem aí. A vida sabe que é só uma estratégia. Só vai ferver e transbordar se você esquecer de fato.

A vida gosta de surpresas e obedece à "lei do leite que transborda". Aquilo que você espera acontecer não vai acontecer enquanto você continuar esperando.

Acontece de algumas pessoas se esmerar na aparência com a esperança de esbarrar no grande amor, na fulana que te desprezou, no canalha que te quer como amiga. Então ajeita o cabelo, dá um jeito pra make parecer natural e casual, capricha no perfume... e com isso faz as chances de encontrá-lo na esquina despencarem. Esqueça baby. O grande amor, a fulaninha ou o canalha estão predestinados a cruzarem seu caminho nos dias de cabelo ruim, roupa esquisita e vegetal no cantinho do sorriso.

Esquece tudo isso, vai ser borboleta, espera a hora certa pra mostrar toda a tua cor e leveza....

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Uma história de amor




O post de hoje é bem diferente do que costumo escrever. Por uma causa maior e se tratando de sentimentos, meu editor liberou um post sobre séries.

Depois de 11 temporadas, de noites cheias de chá e lágrimas, será que Grey's Anatomy chega ao fim? Muitos fãs estão revoltados com a morte de Derek, dizendo que a série acabou, mas não enxergam que aquela coisa de "ele é protagonista, não pode morrer" não faz parte da vida a qual a série se apega.

Como a grande maioria Derek era meu personagem preferido. Fiquei fula sim, mas a série não se resume a um personagem, Shonda deixa isso bem claro, assim como a via não se resume a uma ou a duas pessoas. Fiquei destroçada com a morte do nosso McDreamy.

Deixando um pouco o sentimentalismo de lado, vamos aos fatos realistas:

Shonda gosta de matar, isso é claro. Ela vinha armando toda essa mudança desde a saída da Yang, ela era o sol da Mer, o centro da série. Vejo isso como uma lição que Shonda quer dar. Ela precisava inventar algo pra mostrar o quão Meredith pode sofrer e levantar, mostrando a razão dela ser a protagonista da série. E ficou muito claro que Derek iria partir quando Mer fala : "Eu não preciso de você pra viver". Shonda é tão cruel, assim como a vida pode ser.

Patrick Dempsey iria sair de qualquer maneira da série, no meu ponto de vista foi espetacular, irônica e inteligente a maneira que Shonda decidiu dar um fim no personagem. Morreu pelo maior amor da vida dele, pelo que ele mais prezava. Ela já havia tentado mandar ele embora, o que não foi aceito muito bem pelo público, a morte, imortalizou o amor de Der/Mer.

"Não seria amor, se não destruísse"



 :(



quarta-feira, 6 de maio de 2015

O último texto pra você






Eu tentei, juro que tentei, com todas as minhas forças gostar mais de você. No inicio foi uma explosão inexplicável, você era interessante, charmoso e lindo. O tempo levou o charme, desfez o lindo e mostrou a futilidade. Eu tentei, tentei fazer você ter palavras em mim, você não quis.

Eu não estou a fim de brincar com elástico, um sempre solta antes e o outro se machuca. Você largou o elástico a tanto tempo, que eu nem percebi, vai ver ele era tão fraquinho que nem doeu. Mas eu não posso continuar escrevendo em papel invisível.

Eu fui e voltei tantas vezes que a estrada se apagou, as solas se gastaram e já não posso mais usar a mesma roupa. Sou mulher, não posso embarcar na viagem com a mala vazia, não tem mais nada lá dentro. Os lápis quebraram a ponta e eu não quero ser o apontador. O livro é de rasuras.

Não é teu nome, sobrenome, nem tua idade. Você apenas não é a ideologia que me faz lutar, nem está na arte que me faz transfigurar. Preciso me sentir criança, limitada perante a sua fala, porém feliz e estasiada enquanto contemplo e penso.

O entusiasmo ficou no meio do caminho, se perdeu no dia que eu vi que você vive de impressionismo e eu sou realismo, estamos muito distantes um do outro em vida. E você não soube suportar a arte que escolheu, os beijos, os abraços e os carinho nunca foram impressionistas, mesmo assim eu quis chafurdar na tua arte, encontrei o vazio.

Fomos instantes, nunca fomos reais. Dois delirantes ficando irreais. Deixamos de perpetuar a sinestesia. Não comporto metades, nem vivo de fragmentos, muito menos de indecisões e medos absurdos. Você sempre fez das despedidas uma formalidade de agradecimentos, nunca residiu em um instante. Quando se reconhece isso, o universo ganha ares expansivos. Foi então que vi ao teu redor, ele.

Perdi o gosto pelas palavras travestidas de beleza. Quisera eu lançar figuras no ar e tatear com destreza símbolos e significados enebriantes, atemporais e, principalmente, transparentes para um todo. Mas fomos instantes. E instantes, mesmo que presenciados, ainda não me bastam. Os instantes existidos foram bons, alguns ótimos, outros decadentes.

Faltou o beijo que emociona, faltou as mão quentes. Minha pele quente não derreteu teu gelo, teu gelo não apagou o fogo que a minha pele tem. Então, meu bem, é em vão eu continuar .

Escrever é um exercício com o ouvido de dentro e todo o sentimento está acima de quantificações porque tratam dos dispostos ao impossível de formas possíveis. Sou um instante infinito, você é apenas um instante,

Você ria quando eu dizia: "fique tranquilo enquanto eu te incomodar, se preocupe quando eu parar" Você dizia que eu não incomodava. Pois então, não incomodarei mais.

O encanto que nunca existiu acabou quando eu comecei a reparar em outro cabelo.