segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ser ou Não Ser?






Ser ou não ser? Eis a questão. Hamlet serviu de base para estudos freudianos. E entre muitas leituras, palestras de tempo de faculdade, discussão com amigos sempre fica a famosíssima pergunta: Ser ou não ser?

Para muita gente é impossível não ser. Mas como isso pode acontecer? Somos seres humanos. Estar no mundo simplesmente inviabiliza a possibilidade de não ser. Será mesmo?

O sentido de ser apresentado extrapola o estar no mundo, respirando, andando, falando. O sentido de apresentado é biologicamente falando. A pergunta é profundamente existencial ou existencialmente profunda. Isso seria um questionamento sobre existir e viver  com autenticidade, com integridade?

Sempre falamos de integridade como sinônimo de honestidade. Íntegro socialmente falando é aquele que não rouba, não mente, não manipula as pessoas. Sim, este sentido é correto. Porém, ser íntegro vai além de ser honesto e cumpridor das regras e leis. Ser íntegro é ser coerente consigo mesmo. Um sujeito íntegro é aquele que vive e se apresenta socialmente sem cortes, sem máscaras que escondam parcelas inconvenientes da personalidade. É aquele sujeito que não concorda só pra agradar. ´É quem defende seus pontos de vista e principalmente age de acordo com a sua forma de pensar e sentir.

Se penso que roubar é errado e eu roubo, não sou íntegro. Se amo alguém e caso com outro, não sou íntegro. Vivo com um, mas penso em outro, não sou íntegro. Defender pontos de vista e discordar das pessoas não significa ser grosseiro. Podemos discordas com classe, respeitando a opinião alheia. Quem necessita agredir alguém, prova que seus argumentos são fracos demais ou está se sentindo muito mal consigo mesmo.

Costumamos pensar que em cada local que estamos, precisamos vestir uma personalidade diferente. Com os amigos de longa data, sou a descolada brincalhona que conta piadas sujas e fala palavrão. Com os familiares, não bebo nem falo alto. Com o parceiro finjo um moralismo acima da média para transmitir confiabilidade. Com o carinha sexy da balada, sou uma mulher fatal. Papeis sociais? Até pode ser. Não podemos falar e fazer tudo o que queremos em todos os lugares. Só que, existe um limite para tudo. Tanto para bizarrices e extroversão como para protocolos sociais. Se em cada esfera da vida sou uma, estou vivendo uma série de personagens. A vida pede autenticidade e pessoas acabam se perdendo nelas mesmas. E com o passar do tempo já não se sabe dizer onde termina a encenação e onde começa o eu verdadeiro. Se é  que o eu verdadeiro existe.

Não somos a partir do momento em que seguimos cegamente um severo script social que não entendemos. Faço isso ou aquilo porque me convém. Penso desta forma porque a sociedade impôs que é o correto. Infelizmente a maioria de nós não é. Ser exige um trabalho homérico, cansativo e exigente ao estremo.

Ser exige que rasguemos as várias peles da alma até encontrarmos uma face horrenda e linda. Precisamos descobrir nossa vilania e nossa generosidade. O nosso medo mais profundo e nossa coragem mais hilária. Corajoso não é aquele que não teme. É aquele que enfrenta o medo. Também não há generosidade profunda e verdadeira sem um pouco de veneno, de rebeldia e transgressão. O que nos horroriza é o que nos encanta e que  nos repele, muitas vezes nos traz para junto de nós mesmos. SER OU NÃO SER? EIS A GRANDE QUESTÃO!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Es hora de ir

   





  Conversas com sotaque espanhol sobre um pensador alemão só nos leva a pensar sobre as mil coisas da vida. O que fazemos e o que gostaríamos de fazer, erros, acertos e não tentativas. Sobre como a humanidade ama e desama. Sobre uma divindade que existe em nós e se divide em inúmeras partículas capazes de amar.

     Uma vez me perguntou se eu havia deixado de amar alguém. "mas é claro que sim" respondi sem pensar. Porque, sem dúvidas, abandonei o passado para dizer olá ao presente. Quando o destino nos separou você me disse em um adeus "Nunca he dejado de amar a alguien". Então entendi que o amor não precisa se transformar em indiferença ou ódio como me foi ensinado. Na verdade ele se eterniza que nem tatuagem. Não existe mais o ciumes e nem a desconfiança, você não se liberta do outro, se liberta das amarras e imaturidades de você mesmo.

     Chega uma hora em nossa vida que é bom rever conceitos, é importante ver se aquilo que sempre te falaram realmente te faz bem. Com uns goles de vinho o espanhol fica fluente e aprendo que é hora de arrancar raízes, derrubar galhos e seguir em frente para sensações mais sadias. É hora de pular fora.

    Sabe, não deu pra ser sua namorada, nossa história foi o contorno de uma praça. O fim sendo o lugar de onde tudo começou. Não quis recomeçar o ciclo. Foi melhor aceitar. Não procuro reencontros de esquinas, prefiro mudar o lugar. Se a magia acabou e as expectativas se desalinharam é preciso dar um basta. 

     É uma arte manter a chama acesa. Perdoar também cansa. Cansa esperar um chamado. Cansa procurar. Cansa esperar o moleque virar homem. 

" Aprender a ver - habituar os olhos à calma, à paciência, ao deixar-que-as-coisas-se-aproximem-de-nós; aprender a adiar o juízo, a rodear e a abarcar o caso particular a partir de todos os lados. Este é o primeiro ensino preliminar para o espírito: não reagir imediatamente a um estímulo, mas sim controlar os instintos que põem obstáculos, que isolam."
Nietzsche ( Crepúsculo dos Ídolos )

É no teu ombro que eu sempre encontro a paz. E assim se encerra mais uma de nossas conversas cheias de sabedoria e aprendizado: "Usted siempre tiene un lugar en mi corazón porque sé que siempre voy a estar en tu".


   
     

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Amor, eu tô voltando




Vai lá, comece aquele sermão todo que já cansei de escutar. Pode dizer que sou ingrata, que não tenho coração e que só pensei em mim esse tempo todo. Diga que sou sem escrúpulos, que o troquei por uma aventura qualquer ou por um sonho bobo. Tudo bem, eu aguento.
Diga que já me esqueceu, que está bem melhor sem mim, que a vizinha é mais bonita, e que já conheceu tantas outras depois de mim. Que eram menos complicadas, menos mimadas, menos teimosas, que eram melhores do que eu sempre fui.
Diga que nesse tempo todo aconteceu muita coisa na sua vida e que estava tudo bem sem mim.
Que você trocou de emprego, se formou na faculdade, e que eu não estava lá, naquele álbum onde todas as pessoas especiais estavam. Que mudou de cidade e que esses novos ares tem lhe feito pensar muito em relação ao amor.
Diga que as festas sem mim estão melhores e mais divertidas, que os finais de semana sem a minha risada alta tem ajudado na sua ioga. Diga que depois de mim ninguém mais o tira do sério com cantadas bobas nas madrugadas ou mordidas exageradas.
Tudo bem, pode jogar na minha cara todas essas horas, dias, meses, anos distante, afinal já passou um ano e alguns meses desde aquele dia em que resolvi partir. E como você sempre diz, fui sem olhar para trás, levando minha mochila e um coração feito de gelo.
Diga que perdemos tempo graças a mim. Que não me quer de volta, que sua vida é muito mais organizada sem minhas meias espalhadas pela sua casa. Que seu banheiro sem milhares de cabelos pelo chão é uma beleza, seu carro novo sem amassados também.
Que você tem chegado mais cedo no trabalho sem ninguém pra lhe exigir mais 5 minutinhos, que sua produção e criatividade aumentaram sem alguém palpitando nos seus ouvidos. Eu sei.
Diga que sequer lembra do meu beijo, do meu abraço, cheiro ou carinho. Que as meias que esqueci na sua gaveta foram para o lixo no dia em que me fui embora. Que não existe nenhuma foto nossa no seu computador e que aqueles dizeres que escrevi na sua geladeira já não estão mais lá.
Diga que não sente mais nada ao me ver entrando por essa porta, feche seus braços ao invés de acolher meu corpo em meio a eles, segure suas lágrimas e seu sorriso que teimam em escapar sem querer, saia caminhando na direção contrária, fuja novamente se quiser.
Me coloque para fora da sua casa, da sua vida, e tente fazer isso com o coração. Minta pra você mesmo. Diga esse bando de coisas, vai lá.
Só não me deixe partir novamente, nunca mais.
Por Ale Menegaz

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A mulher de Libra




Se você gosta de conversar com uma mulher sobre qualquer assunto, e que não para nunca, então achou a pessoa certa. Ao contrário do que possa imaginar, passar horas ao seu lado e conversar sobre os mais variados assuntos nunca é chatice, e vais se encantar. Ela vai dar aquele sorriso contagiante a cada três frases que vai fazer teu olho brilhar, e vai sentir o quão maravilhosa uma mulher pode ser.

Ela é libriana quando faz o que mais gosta: discutir um assunto. Ela é feita de bondade, delicadeza, justiça, amizade e teimosia. Apesar de parecer frágil e ser muito feminina nos seus gestos e na forma de se vestir, ela vai te surpreender quando resolve arregaçar as mangas para fazer um trabalho estritamente masculino. Mas em nenhum momento ela perde o lado feminino.

Antes de pegar o machado para derrubar uma árvore ela vai passar um batom, arrumar o cabelo e borrifar perfume. Mesmo quando está nervosa a libriana  vai tentar mostrar que está calma, ou pelo menos controlada. A mulher de Libra é intelectual e possuí um grande poder de análise, Raramente vai deixar que a emoção a deixem tomar uma decisão desapaixonada ou fazer um julgamento injusto. Com certeza ela é muito melhor que o gerente do teu banco.

Adora estar cercada por pessoas, sente-se no paraíso quando pode reunir uma multidão de amigos para uma festa. O segredo de sua juventude está no seu pensamento racional, pacífico e a repulsa que tem com pessoas enroladas. Pessoas lerdas costumam causar um mau estar a libriana, que podem tirá-la do sério. Elas odeiam confusão e precisam de harmonia para manter a estabilidade emocional. Ela tem um jeito tão educado de expressar suas vontades que ficam sem jeito de lhe dizer "não".

Seu amor sempre vai estar em primeiro lugar no seu coração. Se você é do tipo que não gosta de ouvir as verdades, não peça opinião a uma libriana. Ela não esconde o que pensa, apesar disso causar alguns mal entendimentos. Afinal, se pediu opinião, deve estar preparado pra ouvir verdades, não? Mas nunca é grosseira ou deselegante. Normalmente é direta sem fazer rodeios.

Há pessoas que acham que a Libriana faz isso por maldade, mas não é. Ela faz por pura inocência e por amor a verdade. Ela detesta ferir os sentimentos de quem quer que seja. Detesta dizer não. E ser injusta a deixa doente. São cheia de manias. Ela nega suas indecisões. Quando se apaixona se entrega por inteiro. Quando se apaixona....

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Explodiu? e aí?





Antes de qualquer coisa, façamos um esclarecimento; biologicamente, fisiologicamente falando, quem come é mulher, só para esclarecer, continuamos.

Deixando a hipocrisia de lado, é obvio, que todos queremos uma noite deliciosa, um sexo inesquecível, um (a) parceiro (a) à la "kama sutra", e quem sabe uma chegada ao Nirvana.

Mas, e quando ao acordar tudo isso que parecia "inimaginável", torna-se um susto? E quando você abre os olhos e se depara com uma situação inusitada? Pensamento de dúvida? Ou pior, um rosto estranho?

E quando ela desperta do porre, num motel barato, num local horrível em todos os sentidos, ao lado de um homem (que foi "o comedor", só para dar moral aos machos), que em suas rápidas e raras lembranças, se mostrou mais podre que aquele lugar imundo?

Todos queremos os DEUSES da vida, mas é só isso? Uma "trepada" e nada mais? Um oi, prazer, gozei e tchau? É só isso mesmo? A liberdade trás consequências, seja para qual lado da estrada você decida percorrer, e se quiser só "umazinha" sem compromisso, essa é sua escolha e ponto, vá. Mas também posso querer algo mais, posso querer não apenas um "sexo casual", uma "troca carnal", um "sexo alcóolico"...

E se "algo mais" não é necessariamente um romance à moda antiga, ainda que algumas pessoas acreditem nisso, estamos falando de  EMOÇÃO, SENTIMENTO, SINERGIA, TROCA, ENERGIA.

Dizem que a noite todos os gatos são pardos. São? Não sabemos de fato, mas se forem; um rosnado de tigresa vale uma noite? Um rugido de leão é suficiente para uma pegada felina? E é isso mesmo que você quer, uma "pegada" e nada mais?

Estamos falando aqui, do cabelo desarrumado depois do sexo, do olho no olho e as mão acariciando o suor que ficou no corpo, falar besteiras, fumar um cigarro, fazer cafuné, beijos, ou simplesmente não fazer nada, apenas ficar ali deitado fazendo nada, onde este nada pode ser quase tudo.

Não seja hipócrita em pensar que você só terá um "sexo gostoso" com o "grande amor da sua vida", jamais, você tem que saber que com essa liberdade humana permitiu-se que os seres evoluíssem e entendessem que nem sempre seu primeiro parceiro será seu único parceiro.

O que de fato importa é, qual a emoção que desejas ao acordar com um outros ser ao teu lado? Ou que tipo de sensação quer enquanto seus corpos ficam suados? Você quer só mais uma ou quer sentir sua espinha se arrepia quando pensa na pessoa da noite anterior?

É no sexo que se dá a maior troca energética possível entre duas pessoas, é como se existisse uma ligação química.  As ciências explicam muito mais do que se pode imaginar quando se trata de troca de energia humana. Eu prefiro acreditar nessa energia cósmica que nos enche de prazer.

A opção será sempre sua, trocar energia a toa, ou fazer dessa troca de energia uma explosão de sentidos.


sábado, 29 de agosto de 2015

A foda da vingança



"Vingança, um prato que se come frio" ou nem tanto. Alguns são quentes e saborosos. 

Quem nunca sentiu vontade de uma vingancinha está mentindo. Quem nunca teve vontade de dar o troco naquela pessoa que te humilhou, ou te fez sofrer. 

Aquele chefe que disse que você nunca iria crescer, aquele professor que achava que nunca iria se formar, colegas de trabalho, amigos. Não é a vingança doentia de fazer mal a alguém, mas sim a vingança de mostrar que você é sim capaz. Capaz de ir muito mais além. Uma prova pra vocês mesmo.

Sou foda. É uma foda de uma vingança. São essas palavras que dizemos a nos mesmos quando conseguimos o objetivo alcançado.

Um conceito de igualar as coisas, um objetivo destrutivo. Fazer o outro sentir a mesma sensação. 

Vingança tem ética?

Sobre as bases morais, psicológicas e culturais da vingança o senso primitivo do justo — notadamente constante de diversas culturas antigas a instituições modernas   — começa com a noção de que a vida humana é uma coisa vulnerável, uma coisa que pode ser invadida, ferida, violada de diversas maneiras pelas ações de outros. Para esta penetração, a única cura que parece apropriada é a contra invasão, igualmente deliberada, igualmente grave. E para equilibrar a balança verdadeiramente, a retribuição deve ser exatamente, estritamente proporcional à violação original. Ela difere da ação original apenas na sequência temporal e no fato de que é a sua resposta em vez da ação original — um fato freqüentemente obscurecido se há uma longa sequência de ações e contra-ações.

Depende apenas da sua consciência. Depende como você vai acordar no outro dia. Depende a quantidade de culpa que teu cérebro carrega. A foda da vingança pode vir de uma maneira sutil, de quem você menos espera, de quem você menos imagina. As vezes ela vem de um amigo. Do namorado da tua melhor amiga. De um primo que você achava que nem sabia quem era. De uma pessoa distante que investiga tua vida sem você menos imaginar.

A foda da vingança tem gosto, cheiro e prazer. Tem sussurros, tem desejos, tem pele. Tem toda aquela coisa de te fazer ver estrelas. 

Nunca esqueça, na vingança a mulher é mais bárbara que o homem. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

bilhete





Era sábado de manhã, ele acordou se espreguiçando como sempre e sorrindo, abriu seus olhos e viu que ela já havia saído da cama. Tinha cheiro de café e torradas, vento manso entrando pela janela fazendo as cortinas balançarem. Ele levantou foi ao banheiro escovou os dentes, lavou o rosto e mexeu no cabelo.

- Bom dia pequena!
(silêncio)
- Pequena, cê tá aí?
(silêncio)
Andou até a sala, até a cozinha. Ninguém. Café na mesa, água fervendo. Ele sentou, serviu o café e notou um bilhete deixado do lado da xícara.


"Desculpa pelas torradas um pouco queimadas, sei que você não gosta. Também está sem margarina, acabou e a padaria ainda está fechada. Deixei suas roupas no varal. O lixo deve ir pra fora na segunda feira. O gato fugiu novamente, deve voltar ao entardecer.
Eu tive que partir. Nesse ultimo ano eu tolerei sua mania de andar de meias pela casa, de jogar ração pro Churrasco pegar, de comer biscoitos na cama. Sua mania de ficar ranzinzo, do seu ciumes bobo. Tolerei o fato de você usar xadrez, de assistir futebol incansavelmente e dormir no meio. Eu até ria quando você falava mal das minhas novelas. Eu ainda amo suas piadas sem graças, sua barba falhada e seu sorriso sério. Vai ser difícil não ter mais teu cheiro em mim e nem vestir tuas camisas pra fazer o café da manhã.
Mas eu tive que partir, eu já não conseguia mais tolerar o fato de você ser alérgico a mostarda. Você é um gato eu sou um camaleão.
Adeus  Moreno"

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Libertação humana




Hoje, dia 18 de agosto se comemora o dia da Libertação Humana, que visa chamar atenção para uma nova escravidão por auto-flagelação e não por imposição.

O humano quer tudo e tudo tem, não dá tempo a pensar e deixa-se apanhar facilmente pelos apelos que vêm nem sempre se sabe bem de onde e com que intenções. Todos querem tudo, com saciedade, perdendo o bem para deixar-se arrastar pelo mal. O fácil é o oposto do difícil e devemos pensar bem antes de decidir para não cairmos facilmente nas malhas da ilusão. A Libertação Humana não está no dizer não mas em dizer sim com confiança e esperança. (Fredicht Horn).

Liberte-se deixe o que tem dentro de você explodir. Pare de se aprisionar aos seus pensamentos pequenos, não deixe a sociedade ditar o que você deve vestir, onde você deve ir, que cor de roupa você pode usar, que livro ler. Onde esta escrito que rosa é de menina e azul de menino?

Liberte-se do mundo materialista, conquiste por você. Faça o bem, espalhe alegria.
Liberte-se dessa vida azeda e amarga, ranzinza. Sorria.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

eu quero sempre mais





A gente sempre quer mais e melhor em qualquer coisa da vida, trabalho, estudo, viagens e principalmente relacionamentos, sejam eles de cunho amoroso ou não. Aquela coisa de pra frente e pra cima, avante, sempre.

Lembro do meu primeiro namoro. Aqueles namorinhos de escola, de andar de mão dada, de sorrir. Nossas salas de aula se separavam por uma porta, que ninguém sabia como estava lá, e a gente se escrevia bilhetinhos e passava por debaixo da porta. Mas durou pouco, ele se foi. O primeiro estrangeiro da minha vida. Tinha 9 anos e um dedinha na Argentina.

Conheci um moreno de olhos azuis, azuis como um céu sem nuvens. Não era um estrangeiro com bilhetes. Mas era um nacional com cartas incríveis. Toda semana eu corria pro correio ver se algo tinha chego. Eram poemas, histórias, desenhos de casas e carros. Perfume. Todas elas tinham o seu cheiro. 

Meu primeiro namoro de verdade, aquela pessoa que realmente fez meu coração vibrar. Ele sabia escrever como ninguém, com opinião formada e cabelos longos. Tocava bateria com a alma. Tinha o colo e o abraço mais gostoso. Todo sábado eu esperava ele me buscar pra jantar com a família dele. Eu aprendi a ser adulta, engolir o choro. Conheci muitos lugares. E aprendi que família é amor recíproco. De longe foi a pessoa que mais me fez feliz. Eu gostava das tuas calças boca de sino e tua jaqueta de couro que sempre me aquecia no final da festa. 

Como eu disse a cima, a gente sempre procura algo a mais, melhor, maior. E foi difícil encontrar. Encontrar uma pessoa de alma tão nobre e grandiosa. Alguém que pegasse na minha mão e tivesse prazer em estar comigo. Alguém que me ensinasse muito mais do que a gente lê nos livros. 

E apareceu aquela pessoa que me fez sorrir quando eu mais quis chorar . Aquela pessoa que ficou me olhando até eu entrar na porta de casa e acenar, tímida. Foi a pessoa que me ensinou a crescer a querer ser alguém na vida. Avante. Me fez ver que sou um gigante. Todos os dias me colocava na frente do espelho e mostrava o que de mais lindo eu tinha. Eu comecei a sorrir em todas as fotos. Me fez largar o remédio pra dormir, ficava exausta de tanto amor. Aquele alguém que te enche de prazer, aquele alguém que te faz gozar com palavras ao pé do ouvido. Me fazia dormir com cafuné ou com a ponta do dedo contornando minha boca. Conheci pessoas, cheiros, gostos, texturas. Aprendi sobre politica e culinária.  Sobre pessoas e animais. Amor próprio e ao próximo. Aprendi o que é ser verdadeira o que é amar incondicionalmente.

Provavelmente eu não encontre um amor como o seu, até porque amores são únicos e diferentes. Mas tenho a certeza que tão leve e puro, jamais. O que torna minha vida difícil. Porque eu procuro algo mais que tudo isso em cada pessoa sentada a minha frente. Não é qualquer solo de guitarra ou frase pronta que vai me conquistar. Afinal, eu quero sempre mais. 




domingo, 26 de julho de 2015

Por que você vai e volta?




Hoje tirei o dia pra pensar sobre amor, amores. Lembrei que uma noite qualquer você falou que combinávamos muito, falou dos gostos e ideias parecidas. Penso no seu cabelo e nos teus olhos pequenos. Olhos esses engraçados que me fazem sorrir.

Você me fez gostar de gatos. Me faz fumar quando eu já me decidi a parar. Me fez enxergar que me sabotar era uma grande bobagem, mas só me fez ver, não me fez entender. O quanto difícil são nossas mini - separações. Porque é necessário esse "se afastar"?

Nossas brigas sempre foram tolas por problemas de comportamento e falta de compreensão, mas quando estávamos nós, só eu e você, tudo era simples. Eu e você, nossas cervejas e cigarros. Nossas  bebedeiras que geralmente resultavam em discussões por eu ter passado do ponto e falado mais bobagens do que você achava que seria bom. Os ciumes sem razão de pessoas sem razão.

Porque nunca nos aceitamos? A nossa atração superava até mesmo seus inúmeros erros de português que entravam na minha mente como um punhal no meu coração. Eu não suporto seus erros. Eles destroem a minha admiração. Mas o teu jeito de ver algumas coisas da vida, seu jeito ranzinzo e seu bom coração podem superar qualquer erro de conjugação verbal ou o "e" no lugar do "i". Eu suportaria esses erros e os corrigiria toda as vezes pra você se tornar uma pessoa melhor. Mas não poderia suportar sua revanche em achar que meus erros estão em minha personalidade.

Eu sempre te aceitei como era, se eu não quisesse, jamais teria ficado ao seu lado por 274 dias, eu teria te abandonado de uma vez. Mas algo sempre me disse pra ter paciência e continuar tentando. Me prendia. Me dava uma curiosidade saber como seria no próximo final de semana. Fácil nunca foi. Seu comportamento possessivo, meu comportamento livre, nunca deixou que pudéssemos nos aproximar de verdade. Você nunca teve paciência pra construir nada. Sempre quis começar pelo teto e eu sabia que não daria certo. Te assustei, me assustei, nos repelimos.


E agora? O que vai ser depois daquele encontro de um momento de fragilidade e o dia tão mágico que vivemos? O que será, mesmo sabendo que suas manias me irritam e as minhas você detesta? A maneira como reclamo diariamente e como defendo o que gosto. A maneira como você troca de carro a cada segundo e como conduz suas amizades levianas. A tua maneira de ser intocável.


O que vai ser diante de tanta diferença e tanta semelhança? Porque você acredita que eu vou estar sempre aqui se para mim eu te vejo longe e turvo? Não consigo ter respostas. Mas você vai e volta, e está sempre aqui, dentro do meu coração, mesmo eu ainda não tendo certeza do lugar que ele ocupa.





sexta-feira, 17 de julho de 2015

De tudo o que te faz vibrar




São os pequenos detalhes que fazem a diferença.
O jeito como diz bom dia depois de algum tempo. Como escutas as histórias do outro. Uma flor, um carinho, uma mensagem, um sorriso que não se apaga.

São os pequenos detalhes que continuam te prendendo àquela pessoa.
Os detalhes nunca são meros.

Quando algo é visto por cima, é muito fácil passar por bom. Mas quando se olha diretamente nos detalhes é que se pode ver o real significado das coisas.

Um simples sorriso é capaz de transformar o dia. Um sorrio de olhos que ficam pequenos, hummmm!
Faça as coisas que tem vontade, veja o por do sol, sinta o calor do dia, concentre-se , beije....beijar pode ser apenas um detalhe, mas e se for...que detalhe booommmm!

Abrace, toque, cheire, olhe nos olhos. A maravilha é cada mão, cada perna, cada braço.

Olhe ao seu redor, a felicidade sempre anda do teu lado, mesmo você não querendo ver.

Se permita!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Reflexões de uma linha no céu





Eu quero brincar de esconde esconde, pegar tuas camisetas emprestadas
Dizer que amo suas botas e sentar na escada enquanto você toma banho
Massagear suas costas, beijar seu rosto e segurar sua mão
Não ligar quando você come minha comida
Te encontrar em um bar pra falar sobre o dia
Falar sobre o seu dia
Rir do teu ciumes
Te mostrar músicas que você não ouve
Ver filmes ótimos, ver filmes horríveis
Te contar sobre o programa de tv que eu vi ontem
Não rir das tuas piadas
Te querer pela manhã, mas deixar você dormir mais um pouco
Te dizer o quanto gosto dos teus olhos, dos teus lábios,
Sentar na escada fumando até você chegar em casa
Me preocupar quando você está atrasado
E me surpreender quando você chega cedo
Sair pra dançar.
Me arrepender quando estou errada, e feliz quando você me perdoa.
 Olhar as tuas fotos e querer te entender um pouco mais
Ouvir a sua voz, no meu ouvido.
Sentir a tua pele na minha pele
Ficar assustada quando você se irrita
Te abraçar quando estiver aflito
Te apoiar quando estiver magoado
Te querer quando te cheiro, e te irritar quando te toco
E chorar, quando estou ao teu lado
Deitar no teu peito
Suar ao teu lado de noite e jogar as cobertas
Me derreter quando você sorri de canto
Me desarmar quando você me olha nos olhos
Mas não entender quando você acha que existe outra pessoa
E pensar, como você pode pensar que eu dormiria com outra pessoa
E me perguntar quem você é?
E te aceitar do mesmo jeito
Te contar sobre "tree angel" "o menino da floresta encantada, que voou todo o oceano  porque ele te amava"
 Comprar presentes pra você
Te pedir pra sair comigo e você dizer: "não"
Mas continuar pedindo, porque, embora você ache que não é sério, sempre foi sério, desde a primeira vez que pedi,
 Ando pela cidade, pensando  é dolorido ter você, mas é vazio sem você
Mas eu quero o que você quiser
E penso, estou me perdendo, mas vou contar o pior de mim, e tentar dar o melhor de mim
Porque você não merece nada menos disso
Responder tuas perguntas, quando prefiro não responder
E dizer a verdade, mesmo que eu não queira.
E tentar ser honesta, porque sei que você prefere.
Achar que tudo acabou, esperar mais dez minutos antes de me tirar da sua vida.
Esquecer quem eu sou
e tentar me deixar chegar mais perto de você
E, de alguma forma, compartilhar um pouco do irresistível, imortal, poderoso, incondicional, envolvente, enriquecedor, atual, infinito, amor que eu tenho por você.



terça-feira, 30 de junho de 2015

Que paixão você tem?




A maioria das pessoas tem sua música favorita, o filme que assiste inúmeras vezes e não cansa, a série que dói toda vez que acaba a temporada, comida que faz salivar, a bebida que enche a boca de saliva. O livro que sabe que um dia vai reler.

Eu sou uma dessas pessoas, que acha um gostinho bom de viver em cada coisa. Um mundo de ideias em uma frase perdida. Escondo as lágrimas quando acaba a temporada da minha série preferida. Corro e aumento o volume do rádio pra dançar toda vez que toca Shakira. Salivo cada vez que peço uma caipira. Dessas pequenas coisas que meus dias se enchem de alegria.

Agora, sinceramente, eu não entendo essas pessoas que nem música preferida tem. Que nunca cantou em alto e bom tom de voz, qualquer música, e lembrou de algo que aconteceu. Que fale cheio de emoção de um filme, uma série ou um livro. Não entendo como não podem ter um ator, autor, músico preferido.

Me passam uma imagem de pessoa vazia, de não ter sentimento. Literalmente um ovo de páscoa barato. Sem assunto, sem conteúdo. O que você falaria com alguém que não tem emoção?

Gosto de olhar para as pessoas que dançam, sem se importar, quando toca aquela música. Gosto de olhar aquela pessoa sentada na cafeteria salivando no seu café todo cheio de parafernálias.  Aquelas pessoas se sorriem com os olhos quando estão lendo, ou sentadas em um por do sol. Aqueles que cheiram a taça de vinho com a alma. Ou que fecham os olhos pra degustar uma cerveja. Aqueles que gemem quando colocam na boca a primeira garfada de seu prato preferido.

 Feche bem os olhos e se imagine sem nenhuma dessas coisas que você pensou enquanto lia...já se imaginou vazio assim? Não, não me conte nada. Apenas não seja essa pessoa.

Mas essa paixão é algo que não se compra. Ou você tem ou você não tem, e nem dá pra pegar emprestado pra devolver depois. Paixão é a capacidade de se sentir vivo, de amar além do seu interior, de quebrar regras.






quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um casaco no varal





É no meio da tarde. Não, quase final do dia, já estou saindo do meu trabalho. A noite já está calçando salto altos, vai ser admirada por gente apaixonada, gente que fica tão abosrta na paixão que se quer distingue garfo de faca, noite de dia, sim de não. Enfim, uma dessas deselegâncias que deixam a vida mais palatável. Atualmente gosto de dizer, o gosto é de chá (sem açúcar).


No rádio, naquelas mensagens do dia, falam alguma coisa sobre estar aqui de passagem e sem nome, na janela cheia de mosquitos, o quadrado do céu é um ponto de fuga. Já nem uso relógio pra medir o temo, prefiro o rubor do seu astrolábio, que me faz reconhecer a constelação medindo apenas a distância dos nossos corpos. Nem agenda tenho mais, no lugar fica um apontador em forma de cachorro (fico em duvida se não é uma réplica sua em miniatura). Espaço é de caber na mão, em caixas de papel decorada, que ficam guardadas no fundo do armário quando a gente não fala. Olha, nem preciso tanto de espaço, já que o mundo está tão abarrotado e já começa a ser cuspido pra fora. Muita coisa ainda é sobre você, desde seu livro no criado mudo até meu óculos no travesseiro. Esses objetos, insistem em gritar, mostrando que possuem voz, só pra dizer que você esteve aqui.

Quanto tempo vai demorar pra você voltar? Duas horas? Uma semana? 3 anos? Provavelmente terá taças espalhadas por toda a casa e cheiro de incenso. Resultado da minha tentativa de purificação de você. Acho bonito quando teus olhos ficam ainda mais pequenos no escuro, enrolado em um cachecol. Parece um poema escrito nas entrelinhas do espaço, se movimentando na brisa fria do inverno. Como eu sei? Palpite? Não, eu sei exatamente como você reage quando quer algo. Diabo em carne viva na minha frente. Um vinho em uma mão, um livro em outra, um sorriso de olhos pequenos no rosto.

Por falar nisso, teu livro do Velho Safado está aqui, confesso que não farei o minimo esforço pra devolver, só devolvo mediante pagamento em moedas de garrafas de vinho.


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Um grão de poeira no abismo




O início não narrativo do suposto encontro parece apresentar apenas o prazer estético da imagem em si
o que remete claramente apenas olhares. 
Sem nenhuma palavra,  
portanto da mesma importância. 
Fator curioso quando se vê que nem toda conversa precisa de palavras. ...
algo assim como um raio de sol dourado e poeira que esvoaça, 
ou como uma rosa caída na sarjeta...


Estamos diariamente expostos ao imprevisto, belo amigo esse destino.
Que nos destina fatos que não cremos, mas que nos envolve sem reluta. 
Sabe muito bem como chegar, nos envolver e nos tomar. 

Fica o pensar nesses dois olhos abstratos e invisíveis que temos, além dos dois reais-palpáveis. E que são assim: um olho de ver-feio, outro de ver-bonito.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Ódio é uma forma de amor








Quando se quer voltar, só se fala mal do ex. Quando não deseja o retorno só se fala bem do ex. Essa é a principal incoerência do amor.

Porque insistimos em fazer o caminho totalmente oposto à uma volta de namoro: cutuca todas as suspeitas, corre atrás de todas as desconfianças, liberta demônios, deslancha uma parábola de insultos e coloca a tona todos os defeitos da vida do outro. Viva o ódio, sem se dar conta que o ódio ainda é atração. A raiva, rancor só indica que ainda não está resolvido, não aceitou o término, e prossegue discutindo a relação sozinho. Fala todos os defeitos pelos cotovelos, como se fosse uma velha rezando novena. Espalha veneno por onde conseguir. Engana os amigos, familiares e a si mesmo que se quer, quer ver o ex na frente. Camufla-se emocionalmente, o que mais quer na vida, é uma reconciliação.

Já aquele que terminou o relacionamento e  não sofre de recaídas usará seu tempo para conhecer o recente parceiro(a). Dirá que acabou, que foi ótimo, tem boas lembranças e que amadureceu na vida. Sairá leve, pois não guarda nada, inclusive ódio e rancor. Está com a emoção zerada, sem espernear a vida e muito menos xingar o destino. Desejará felicidade ao outro. Quem vê de fora não acredita, os elogios são tantos, mas é uma armadilha: o elogio vem do desapego e da indiferença.

Durante o término, a vaia é de quem ama,  a reverência é de quem desamou. O berro é de quem ama, a fala calma e tranquila é de quem desamou. A fofoca e a calunia é de quem ama, o reconhecimento é de quem desamou. O barraco é de quem ama, a casa com piscina de quem desamou.

No tribunal cardíaco, tudo é o inverso do discurso. O que recusa a retomada da relação é o advogado de defesa. E o promotor, que acusa, é o que estranhamente pretende inocentar a paixão.











sexta-feira, 5 de junho de 2015

Tudo o que sobe, tende a descer





Eu não sei lidar com falta de consideração, não sei ser uma boa pessoa perto de gente que não assume o que faz. Não sei ser tolerante com quem vive brincando com pessoas como se fossem peças de lego, ou que, não haverá consequências.

A gente sabe tanta coisa e mesmo assim, não sabe nada. Humildade não dá pra fingir por muito tempo, uma hora caí, você aparece, as pessoas ao teu redor desaparecem. O tempo passa rápido demais pra viver de aparências e achar que pode usar pessoas por prazer. O tempo urge e não temos mais espaço para ser criança sempre.

Sentir-se pleno e feliz na vida é uma coisa difícil, não impossível. Seja leal aos teus ideias, fiel ás tuas palavras, honre teu nome e das pessoas que te rodeiam.

Não estou ditando nenhuma regra aqui. Peço apenas três coisas, HUMILDADE, LEALDADE, SINCERIDADE. Coloque-as na sua vida da maneira que achar melhor. Mas não seja um babaca descobrindo como elas se encaixam.

"Tenho a impressão de ter me comportado a vida inteira como uma criança brincando na areia da praia, divertindo-me em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o imenso Oceano do Desconhecido jazia logo ali, silencioso, diante de meus olhos". Isaac Newton

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Um olhar mais demorado





Tem gente que não tem paciência, destrói seu casulo antes do tempo e não aprende a voar. Seja borboleta e não lagarta. O leite só ferve quando você sai de perto.

Expectativas, esperamos que as coisas aconteçam ao nosso tempo...I.L.U.S.Ã.O.
A vida não está nem aí pra sua pressa, pro seu momento, pra sua decisão. Aprenda a confiar. A relaxa. A i.g.n.o.r.a.r.

Parece existir um radar sinalizador capaz de dotar a vida de perspicácia e estratégia. Porque também não basta se afastar fingindo que não está nem aí. A vida sabe que é só uma estratégia. Só vai ferver e transbordar se você esquecer de fato.

A vida gosta de surpresas e obedece à "lei do leite que transborda". Aquilo que você espera acontecer não vai acontecer enquanto você continuar esperando.

Acontece de algumas pessoas se esmerar na aparência com a esperança de esbarrar no grande amor, na fulana que te desprezou, no canalha que te quer como amiga. Então ajeita o cabelo, dá um jeito pra make parecer natural e casual, capricha no perfume... e com isso faz as chances de encontrá-lo na esquina despencarem. Esqueça baby. O grande amor, a fulaninha ou o canalha estão predestinados a cruzarem seu caminho nos dias de cabelo ruim, roupa esquisita e vegetal no cantinho do sorriso.

Esquece tudo isso, vai ser borboleta, espera a hora certa pra mostrar toda a tua cor e leveza....

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Uma história de amor




O post de hoje é bem diferente do que costumo escrever. Por uma causa maior e se tratando de sentimentos, meu editor liberou um post sobre séries.

Depois de 11 temporadas, de noites cheias de chá e lágrimas, será que Grey's Anatomy chega ao fim? Muitos fãs estão revoltados com a morte de Derek, dizendo que a série acabou, mas não enxergam que aquela coisa de "ele é protagonista, não pode morrer" não faz parte da vida a qual a série se apega.

Como a grande maioria Derek era meu personagem preferido. Fiquei fula sim, mas a série não se resume a um personagem, Shonda deixa isso bem claro, assim como a via não se resume a uma ou a duas pessoas. Fiquei destroçada com a morte do nosso McDreamy.

Deixando um pouco o sentimentalismo de lado, vamos aos fatos realistas:

Shonda gosta de matar, isso é claro. Ela vinha armando toda essa mudança desde a saída da Yang, ela era o sol da Mer, o centro da série. Vejo isso como uma lição que Shonda quer dar. Ela precisava inventar algo pra mostrar o quão Meredith pode sofrer e levantar, mostrando a razão dela ser a protagonista da série. E ficou muito claro que Derek iria partir quando Mer fala : "Eu não preciso de você pra viver". Shonda é tão cruel, assim como a vida pode ser.

Patrick Dempsey iria sair de qualquer maneira da série, no meu ponto de vista foi espetacular, irônica e inteligente a maneira que Shonda decidiu dar um fim no personagem. Morreu pelo maior amor da vida dele, pelo que ele mais prezava. Ela já havia tentado mandar ele embora, o que não foi aceito muito bem pelo público, a morte, imortalizou o amor de Der/Mer.

"Não seria amor, se não destruísse"



 :(



quarta-feira, 6 de maio de 2015

O último texto pra você






Eu tentei, juro que tentei, com todas as minhas forças gostar mais de você. No inicio foi uma explosão inexplicável, você era interessante, charmoso e lindo. O tempo levou o charme, desfez o lindo e mostrou a futilidade. Eu tentei, tentei fazer você ter palavras em mim, você não quis.

Eu não estou a fim de brincar com elástico, um sempre solta antes e o outro se machuca. Você largou o elástico a tanto tempo, que eu nem percebi, vai ver ele era tão fraquinho que nem doeu. Mas eu não posso continuar escrevendo em papel invisível.

Eu fui e voltei tantas vezes que a estrada se apagou, as solas se gastaram e já não posso mais usar a mesma roupa. Sou mulher, não posso embarcar na viagem com a mala vazia, não tem mais nada lá dentro. Os lápis quebraram a ponta e eu não quero ser o apontador. O livro é de rasuras.

Não é teu nome, sobrenome, nem tua idade. Você apenas não é a ideologia que me faz lutar, nem está na arte que me faz transfigurar. Preciso me sentir criança, limitada perante a sua fala, porém feliz e estasiada enquanto contemplo e penso.

O entusiasmo ficou no meio do caminho, se perdeu no dia que eu vi que você vive de impressionismo e eu sou realismo, estamos muito distantes um do outro em vida. E você não soube suportar a arte que escolheu, os beijos, os abraços e os carinho nunca foram impressionistas, mesmo assim eu quis chafurdar na tua arte, encontrei o vazio.

Fomos instantes, nunca fomos reais. Dois delirantes ficando irreais. Deixamos de perpetuar a sinestesia. Não comporto metades, nem vivo de fragmentos, muito menos de indecisões e medos absurdos. Você sempre fez das despedidas uma formalidade de agradecimentos, nunca residiu em um instante. Quando se reconhece isso, o universo ganha ares expansivos. Foi então que vi ao teu redor, ele.

Perdi o gosto pelas palavras travestidas de beleza. Quisera eu lançar figuras no ar e tatear com destreza símbolos e significados enebriantes, atemporais e, principalmente, transparentes para um todo. Mas fomos instantes. E instantes, mesmo que presenciados, ainda não me bastam. Os instantes existidos foram bons, alguns ótimos, outros decadentes.

Faltou o beijo que emociona, faltou as mão quentes. Minha pele quente não derreteu teu gelo, teu gelo não apagou o fogo que a minha pele tem. Então, meu bem, é em vão eu continuar .

Escrever é um exercício com o ouvido de dentro e todo o sentimento está acima de quantificações porque tratam dos dispostos ao impossível de formas possíveis. Sou um instante infinito, você é apenas um instante,

Você ria quando eu dizia: "fique tranquilo enquanto eu te incomodar, se preocupe quando eu parar" Você dizia que eu não incomodava. Pois então, não incomodarei mais.

O encanto que nunca existiu acabou quando eu comecei a reparar em outro cabelo.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Os que ficam e os que vão

Pessoas, seres humanos, gente. Um mundo repleto de seres vivos. Um universo a ser explorado. Uma infinidade a ser aprendida. E me pergunto, como ainda exitem pessoas capazes de se dedicar a árdua tarefa de enganar(em todos os sentidos da palavra) seu semelhante?

Somos sacos de células com o poder de manipular e condicionar. Alguns com mais inteligencia, outros nem tanto.  Uns que vivem uma batalha desenfreada na luta de egos, aumentando o exercito da ignorância e da soberba. Discernimento é uma palavra proibida entre as pessoas que chegam para ir.

Algumas pessoas acabam se tornando estrelas em sua vida, fixas. Essas que chegaram e nunca vão sair de perto de você. São pontos de luz compondo o mapa necessário na vida de qualquer pessoa. Outras, acabam sendo um cometa, uma apresentação artística na sua vida. Cativam totalmente a atenção por serem um acontecimento único. Não ficam, apenas cumprem seu papel e o destino designado.  O ser humano na sua inconsciente genialidade e capacidade multiforme, pode ser constante para uns e transitório para outros. Tudo depende do espaço que receber para ser, aliado com aquilo que tem interesse.

Em meio do emaranhado de acontecimentos que o mundo e a vida nos dá, se não souber o que falar, dê um sorriso, um abraço, um beijo, um presente, uma flor. Aprecie alguém. Mas nunca, nunca dê promessas não cumpríveis. Não acredite que as pessoas serão sempre estrelas, elas podem mudar sua função. Serão rápidas e fugazes.

A inteligência não é uma qualidade inata, mas um exercício regular de interligação, de associação de ideias, fenômenos e noticias. O esforço intelectual que produz conhecimento não é banal ou fruto de inspiração, é cotidiano, requer tempo e condições favoráveis. Exercite-se e, por favor, não seja apenas mais no exército dos que marcham sem ver.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O rosto que nunca existiu

Essa noite eu pensei em você, o cara que conheci em meio aquelas casinhas coloridas, passe meses sonhando com você. No meu sonho a gente caminhava de mão dadas, era frio, chuva fina e um guarda chuva preto que protegia nossos olhares, na minha cabeça tocava um blues. Você sempre comprava um café quente quando saíamos pra caminhar. Era uma espécie de ritual. Respirava fundo, sentia o ar gelado e você me abraçava bem forte, sorrindo e deixando seus olhos ainda mais pequenos.

Seu perfume forte, sua barba por fazer, até parecia um bom rapaz, seus cabelos bagunçados e sua bota surrada, você tinha toda uma poesia em volta dos seus 1,78m, seu sorriso tímido, o cigarro que você fumava, sempre ali, pra quando eu chegasse.

As vezes eu te procuro, você e as casinhas coloridas, já não tomo mais café, viro o olho quando escuto o barulho de uma moto, mas me perco quando vejo que não há sinal de você. O aeroporto estava vazio, as poucas pessoas que estavam lá não se pareciam com balões. 

Quando tomo uma cerveja me vem todas as ideias que trocávamos sobre os milhares de jeitos de se fazer uma cerveja digna de ser apreciada. Esses dias eu senti um cheiro, vindo de longe, adivinha? Era você chegando, eu ainda lembro. Era você com um café, era você com aquele isqueiro intocável pra ascender meu cigarro,  eu quanto eu tentava fugir do teu olhar. 

Caminhamos, pensei em voltar. Voltei com frio, decretei o fim. Não vou mais sentir teu cheiro, nem procurar alguém que ascenda meu cigarro. Eu vou deixar alguém gostar de mim. Você nunca vai deixar de ser sonho, você nunca foi, nem nunca será. Não temos uma foto, um bilhete, o medo é maior. 

Você nunca foi. 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A química que o corpo emana






Vem cá, pequeno gafanhoto, puxa uma cadeira, abre um cerveja e ascende um cigarro, vamos conversar. Um papo leve, descontraído, suave, suado.

Não acredito nessa coisa de concretizar a experiência afetiva. A gente transa, a gente faz amor, a gente come a gente é degustado e só assim temos a possibilidade de encontrar a felicidade plena, o auge do pico da felicidade, nem que seja por um momento ou dois. Não deixamos de ser humanos por isso, nem pessoas melhores ou piores, esse papo de regrar o que se faz ou não entre quatro paredes é coisa de quem não goza. Tudo o que se passa na cama depende do feeling, de desejo, de disposição, não de regras - e olha só, irônico, o mesmo vale para a relação amorosa.

Eu, acredito na nudez, corpo a corpo, não é superficialidade de sentimentos. Acredito no corpo, porque os sentimentos habitam nele, é através do corpo que manifestamos o que sentimos. Não acredito em divisão de amor e sexo, isso broxa. Uma pura masturbação mental ou metafísica.

Tanta coisa pra experimentar, com os lábios, com a língua, com os dedos, com as mão, com a mente, e ainda tem gente discutindo o que pode e o que não pode fazer. Vontade se mata.Talvez o segredo seja encarar cada gemido com a mesma intensidade que recebemos um elogio. Sou capaz de trocar qualquer "que bonita que você está" por sussurros ao pé do ouvido.

Vamos combinar, pequeno gafanhoto, se existe um lugar neutro na guerra de instinto contra sentimento, é na cama. Lá os tratados de paz são selados com suor, saliva e pele.  É lá que a trégua se dá, que as alianças são feitas, que sentenças são dadas. Qualquer conflito se acaba na cama quando os corpos entram em atrito.

Dois lados de uma mesma moeda, duas notas de uma mesma melodia. Não se preocupe se a pessoa só quer transar com você, quando é isso que você também quer. Pense que se for amor, amém, se for tesão, também. Afinal, o corpo e o coração que está dentro dele é de quem? 

terça-feira, 24 de março de 2015

O tesão salvará o mundo




"Quero da vida as claras superfícies onde terminam e começam meus amores. Eu te sinto na pele, não no coração. Quero do amor as tenras superfícies onde a vida é lírica porque telúrica, onde sou épico porque ébrio e lúbrico. Quero genitais todas as nossas superfícies."(Freire, Paulo)

A paixão pela vida, o tesão pelas relações, por exercícios diários nos mais variados campos, o desejo, a pele, é o que vai de encontro ao viver. É o que reenergiza depois de um desacerto, é a reconstrução.

Se perde o tesão perde tudo, a vontade de trabalhar, o interesse pelas pessoas, a vontade de terminar o curso. Se perde o tesão, adia a vida, adia a vontade de viver. Se perde o tesão perde o amor pelo próprio corpo, passa a viver feito máquina sem óleo.

Não quero despertar em você desejo sexual, quero que desperte em você tesão pela vida. Cadê o tesao pelas coisas que você gosta? Cadê o tesão pelas surpresas que a vida nos oferece?

TESÃO
(latim tensio, -onis)
s.m.
1-rijeza
2-força, intensidade
3-ímpeto
4-embate violento
5-entusiasmo, ânimo
6-desejo sexual masculino e feminino.

Não deixe a inquietude que vive dentro de você morrer. Ame de amor, viva de prazer. Prazer esse que não resulta apenas em relação sexual, mas da forma de se conectar com o outro e com o mundo. Apaixone-se pelas possibilidades de uma vida luminosa.

Deixo apenas um recado: Achem o tesão na vida de vocês e busquem uma vida plena, seja no trabalho, nos amigos, nos objetivos, nos sonhos, nas metas, no inimaginável, no dia a dia, no sexo, no amor, sobretudo na vida.

É o tesão, não a vida, o contrário da morte.

terça-feira, 17 de março de 2015

nada por capricho, tudo por amor




Pois a vida é curta pra superficialidades.
O que você anda escolhendo?
Cada escolha é uma renuncia, um dia a mais ou um dia a menos. Mas você se dá conta disso mesmo? Presta atenção nas tuas escolhas diárias?

Todos vamos morrer, que circo! Só isso deveria fazer com que nos respeitássemos uns aos outros, não? Somos encurralados pelas atrocidades do dia a dia, somos devorados pelo nada. Todas as duvidas continuam, sobre o amor, sobre amizades, sobre que roupa vestir, pra onde ir e como se portar perante qualquer situação que desprenda de um pouco do seu emocional. Não, não é culpa do celular, nem da internet, nem do tinder, nem da esposa que você deixou em casa enquanto estava saindo com aquela menina - embora elas contribuam, eu acho que - a culpa é nossa. O problema dessa agonia generalizada, dessa banalização de sentimentos, desse circo todo é puramente nossa. As pessoas perderam a sensibilidade com o próximo, ainda to procurando quando foi que isso aconteceu, se foi na época que começaram a gritar pra não matarem as arvores e começou a "economia" do papel, ou quando eu respondia a ultima mensagem - que jurei nunca mais responder - no whatsapp.

Como já dizia Clarice: A vida não é de se brincar, porque um belo dia se morre.
Escolher é perder sempre. Mas cabe a você decidir o que vale a pena perder, já que não temos todo o tempo do mundo. Que diabos, nem ao menos sabemos se a escolha nos fará perder menos.

Se cada escolha significa uma perda. Não deveríamos pensar melhor no que escolhemos? Pensar menos no volume, na quantidade e mais na qualidade daquilo que estamos escolhendo? Vários conhecidos ou poucos e verdadeiros amigos? Várias risadas forçadas em uma balada ou uma noite cheia de risadas sinceras sentada no banco da praça? Muitos beijos e transas vazias ou poucos beijos e transas com possibilidade de aconchego depois?
Que tal, menos doer e mais doar!

Não estou dizendo que você deve deixar de fazer as coisas loucas que te deixam insone no outro dia.  Não deve ser sério sempre, nem filósofo sempre, nem altruísta, Mas aprendi que temos duas escolhas de caminho: o da dor e o do amor.  Mas eu, eu escolho sempre a segunda, mesmo que doa as vezes, amor é sempre a melhor escolha. E já que não temos escolha sobre a morte, envelheça com dignidade, deixe a vida mais leve. Daqui a gente não leva muita coisa mesmo.

quarta-feira, 11 de março de 2015

sobre o que não se quer sentir

Então, eu vou mudar pra ver se você muda em mim. Vou me refazer, pra ver se você some de mim. Vou inventar, pra ver você sarar. 

Se eu escolher você:
Você vai saber, vou te chamar pra me ver.
Respire fundo. 
Vou te dar o mundo 
E sei que você, nem um segundo.
Se eu escolher você
Não direi fique,
provalemente eu te peça que vá embora. 
Te olharei e guardarei a lembrança.
Mais fácil sorrir na tua presença.
Mas me de licença, pra suspirar
na tua ausência.
Se eu escolher você:
Não quero que cuide de mim.
Sou uma pessoa, que sonha
pra você rir.
Se eu escolher você:
Não é pra substituir alguém,
é porque você é este alguém.
Alguém pra sexta á noite,
ou no final de domingo.
Se eu escolher você:
não quero ser mais uma que ganha flores,
quero plantas, árvores e sementes.
Se eu escolher você:
Não quero que fique por cima ou por baixo,
quero que fique em todas as posições.
Me tire pra dançar,
e quando eu cansar,
carregue meus sapatos.
Seja sincero e diga que você, não quer ser você.
Porque o mundo inteiro diz que a gente não se serve,
não se mede, e não se deve.
Eu sei que pode doer,
quando você me ver.
Diferente do que sempre quis ser.
Andando de cabelos soltos do outro lado da rua. 

Se eu escolher você.....

quarta-feira, 4 de março de 2015

arte de se viver em paz





Será que essa coisa de "arte de se viver em paz" realmente existe? Será que é possível mesmo atingir essa plenitude? Alma elevada e coração tranquilo?

O que mais se vê em blog ou citações em redes sociais é: "10 maneiras de se viver em paz", " como ter uma vida pacífica", "saiba o segredo de se viver em paz" e por aí vai. No meu singelo entendimento, baboseiras, cada um sabe da sua paz, cada um sabe o que lhe faz bem. Nenhum livro, guru, pai, amigo vai te dar a receita perfeita de se viver em paz.

Viver em paz é viver em harmonia consigo mesmo, respeitar seu princípios, fazer jus ao seu caráter. É um processo interno, aprender a controlar todo e qualquer tipo de sentimento. Você vai encontrar seus próprio significados de existência pacífica e manifestações exteriores de uma vida leve de acordo com suas crenças e estilo de vida.

Ame sem controlar os outros, procure não querer controlar ninguém. Não pense tanto em poder. Pondere na hora de dar conselhos, respeite a opinião e princípios de cada um. Modere suas convicções, sua razão pode não ser a razão da outra pessoa. Trate os outros como você gostaria de ser tratado. Reflita, pare e pense, antes de tomar qualquer atitude. Perdoe, não se vingue. Seja a pessoa que você gostaria de ter por perto.

Não são dicas, como disse antes, não acredito nisso. São apenas princípios que eu criei pra encontrar minha paz interior. Crie e acredite nos seus. Amplie sua concepção de vida. Não espere uma crise acontecer pra você ver o que é importante em sua vida.

E como um amigo meu diz: "tome banho, troque de roupas e passe desodorante, isso é imprescindível pra se viver em paz"

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Onde está meu eu?



Onde está meu cabelo bagunçado? Minhas marcas de sol pela pele? Minhas histórias interessantes pra contar? Será que fiquei parada em um acostamento fazendo manifesto sem voz, bandeira ou qualquer outra coisa?

Eu era difícil de contentar. Preferia aventuras loucas do que um cineminha e jantar. Preferia andar sem rumo com os cabelos ao vento do que ficar sentada em um barzinho pra tomar uma cerveja. Nenhuma festa, dessas baladinhas, me atraia, estava sempre pensando que tinha um lugar cheio de estrelas melhor pra ir. Sempre ralei pra realizar meu sonho e não o sonho dos outros. Colocava meia duzia de coisas em uma mochila e ia. Ralava todos os finais de semana em um mês pra respirar outros ares em um fim de semana.

Sempre tive empregos alternativos que me faziam sentir mais viva. Fotos, filmagens, teatro, produção, make. Não tinha planos e nem endereço fixo. Andava com o fluxo e seguia os desígnios do meu coração. Dançava como se não houvesse amanhã. O sol e a lua regiam meus dias e a vida me ficava alheia a tudo nesse instante. 

Falava o que pensava,não me esforçava pra impressionar ninguém que não fosse eu. Respeitava todo mundo e principalmente a mim. Não me importava quem estava a fim de colocar uma mochila nas costas e seguir. Ficava de saco cheio dessas pessoas cheias de clichê, virava as costas e simplesmente ia embora. 

O que me prende? O que me fez mudar tanto?


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ser o que não se tem

Sempre me pergunto até quando você pode esconder seu passado. Até quando você pode ser uma pessoa que não é, uma pessoa que não se tem em sua própria existência.

Passou a vida inteira comendo sanduíche de mortadela (não que isso seja ruim, eu como, até hoje) consegue melhorar um pouco de vida ( as custas de namorado, marido, namorido) e começa a arrotar sushi, peixe assado, viagens. Porrããã, cadê toda a sua humildade, cade tua essência?

 Não sou contra aproveitar os momentos que a vida lhe dá. Sou contra perder sua essência, sua naturalidade. Percebes que um dia isso pode acabar? Que um dia vão te largar? E o que você tem? O que você aprendeu?

Nada, pois passou a maior parte do tempo ostentando, ao invés de aprender. Use as oportunidades que á vida lhe dá para crescer intelectualmente, agregue conhecimentos, sabedoria. Não esqueça dos seus amigos de infância, eles sabem de você, te conhecem ou não?

Do que adianta viajar um tanto, comer comidas "refinadas e leves" se sua bobeira pesa cada vez em que abre a boca.

Admiro quem usa da oportunidade pra crescer na vida, pra crescer profissionalmente e intelectualmente. Admiro quem sabe crescer com humildade, respeito e caráter. Agarre e mantenha amizades. Saiba ouvir e aprender.

Tenho pavor de pessoas que andam de focinheira, que enxergam apenas aquela vidinha medíocre, querendo ser o que não é.

Me admiro encontrando pessoas com 17, 19, 20 anos cultivando muito mais sabedoria do que pessoas com 28, 30 e por aí vai.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Ilusão de leveza

Me pergunto porque geralmente somos traídos pela ilusão de leveza, numa busca louca por aquilo que se quer sabemos o que é? A busca do: Eu quero, mas nem sei o que.

Não importa a escolha que você fizer, certa ou errada, sempre será refém da consequência. Vivemos entre o peso e a leveza da vida. Nossas escolhas, geralmente feitas pelo que parece certo aos nossos olhos, acaba resultando em um grande peso.

Escolhemos pessoas para amenizar a solidão que é o dia a dia da vida, mas perdemos a solidão que precisamos para nos reencontrar. Escolhemos não nos "envolver" com ninguém para melhor aproveitar a vida, mas perdemos os momentos que poderíamos ter de troca e cumplicidades. Temos a necessidade de conhecer pessoas novas, todos os dias, muitas vezes sem a intensão de duração, mas sequer pensamos que podemos marcar tanto alguém que esse alguém deposite em nós suas possibilidades, e passamos a ser responsável por esses sentimentos.

E me pergunto: Será mesmo que nossas escolhas são exercícios de liberdade? Seríamos nós livres de verdade?

E ainda tem as expectativas que criamos, das palavras que não dizemos, dos sonhos que abandonamos com o passar dos anos, das possibilidades não arriscadas, e o caminho de volta? Buscamos incansavelmente uma leveza que pode nos dar um tapa na cara na primeira esquina, assim que nossa fortaleza é invadida.

Seria a leveza um jeito de encarar a vida descomprometido, gozando de uma liberdade sem raízes? Quando escolhemos estamos assumindo um risco de alcançar a leveza ou de descobrir o arrependimento que pode nos deixar inquietos, pensativos.

Pensando bem, nunca estamos livres do peso, pois a escolha nos leva a ele. O que devemos saber é que a vida não tem caminho de volta. O tempo é pouco. As possibilidades são muitas. Então vivemos, não em busca da leveza, mas para viver. Não faça da intensidade um adjetivo, sim uma condição.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Descomplicando a vida

Ele fica com você e some? Ele te beija de olhos abertos na festa? Telefona em um dia e some na semana? Diz que você é diferente mas saí milhares de outras todas iguais á essa massa redundante? E mesmo assim você escuta uma bateria de samba dentro de você, um bando de borboletas subindo pela garganta em direção a boca? Que mecanismo idiota é esse que faz com que a gente goste justamente de alguém que te ignora?

Isso, não é, coisa de mulher, vale para ambos os sexos. Já vi gente lamber o chão de meninas que ficam fazendo rodeios e joguinhos.

Sou do movimento que venera o que for extremamente fácil, o que não faz jogo o que está apto a viver. Que bom poder curtir na mesma sintonia, na mesma intensidade. Saí pra lá, dificuldade. Uma pena, que o ser humano é extremamente difícil e complicado. Cultivamos no nosso interior um ser que ama masoquismo e se revela nas horas mais impróprias. Temos uma necessidade de desafios, a conquista vale mais que a própria vitória.

Nem se pensa em sair do jogo. A gente não sossega em quanto não fizermos aquele idiota perceber o quanto somos lindas, desejáveis e indispensáveis. Aí, quando ele perceber o que está perdendo, podemos respirar e partir pra outra. Alguns acreditam que sofrer por amor é afrodisíaco. Afrodisíaco, só se for para adolescentes de 17 anos.

E como ninguém estaciona nessa idade (acredito eu), mais tarde, homens e mulheres tendem com a experiência de vida, se valorizar mais e querer ao seu lado aqueles que estão dispostos a viver bons momentos. É claro que a maturidade também tem uma quedinha pelo não disponível, mas a maturidade te impede de dar procedência para essa quedinha. E para simplificar a vida e ser direta, lembre-se meu bem: Quem não te quer, não te merece.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Algumas pessoas que aparecem na sua vida são como uma puta, uma puta das mais caras, das mais gostosas. Aquela que você paga o preço que for. Porque ela te fascina, ela faz sua cabeça rodar e seu corpo vibrar. Você não vai amar ela. Mas vai se apaixonar perdidamente.

Algumas pessoas, são a puta mais desejada, porque te fodem com maior prazer. Você sabe que é errado, sabe que não te faz bem. Mas vai lá e paga de novo, de novo e de novo. Por mais que doa, por mais que no outro dia acorde vazio e com gosto amargo na boca. Você vai continuar desejando a puta mais gostosa do cabaré.

Então você percebe que a puta é como esses moleques que andam por aí pagando de homem, esses moleques que mal tem barba na cara. Que dizem ter aprendido na faculdade da vida, mas mal sabem andar com as próprias pernas.

Você aprende que tem que tratar a puta como teu coleguinha de escola. Porque, meu bem, ela não passa de um menino mimado.

Hombridade é você honrar com suas palavras, maturidade é você se portar com classe frente á qualquer situação, política é você saber a hora de puxar o gatilho.

Nunca dependa de ninguém para ser feliz, quem depende dos outros depende das sobras.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Assuntos complexos e pessoas interessantes

Duas coisas que me prendem a atenção de uma maneira fascinante. Assuntos complexos e pessoas interessantes (ao meu ponto de vista é claro).

O tempo para assuntos complexos é curto, ninguém mais tem tempo pra discutir sobre algo realmente importante. As pessoas estão mais ocupadas em sair, beber e pegar gente. Cadê o interesse no que está acontecendo no mundo? Cadê o interesse em algo produtivo? E me envergonho quando ouço dizer: - que chatice falar sobre politica, sobre a crise no mundo, sobre o aumento da gasolina, mercado financeiro. Me envergonho em ver a comodidade falatória e pensativa. Me sinto chata em ver que sempre quando algo "importante" ou "interessante" surge, sempre tenho algo mais para acrescentar. Me pego em meio a uma frustração e estresse no olhar das pessoas quando algo mais complexo é tentado a discussão.

Ainda me resta uma salvação ao meu desejo intimo de conhecimento, as pessoas interessantes, mesmo que não falem sobre toda a complexidade mundial, ainda possuem assuntos interessantes.

Essas sim me cativam. Aquelas que mesmo não conhecendo, me prendem em assuntos a noite toda. Assuntos, gostos, tatos. Aquela pessoa que sabe deslizar pelos lábios qualquer coisa que acaba se tornando o melhor dos assuntos. Aqueles que mesmo sem falar palavras difíceis, te encantam com a variedade e simplicidade. Ninguém sabe sobre tudo, ninguém é uma enciclopédia ambulante. Fascinantes são os que sabem aprender.

As pessoas mais interessantes que eu conheço, são as que não tem medo, as que arriscam, que sã audaciosas. Acordam cedo pra cuidar do corpo, dormem o suficiente para cuidar da mente. Se divertem mais, pois não tem medo de interagir com pessoas que nunca viram na vida. Saem pra dançar e fazem festa com desconhecidos apenas pelo interesse da amizade. Se preocupam mais em se divertir do que conquistar. Conversam e sorriem sem necessariamente flertar.

Pessoas interessantes não prometem, elas surpreendem.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

memórias perdidas

Visitas surpresas. Conversas no meio da tarde. Dicas de trabalho, de vida, de mente.

- Eu tenho saudade do teu beijo. Saudade do ultimo beijo de verdade.
- E se eu te disser que não lembro. Eu converso com você, olho nos teus olhos e não lembro do nosso último beijo.
- Você tem medo de trovões e relâmpagos né?
- Eu juro que tento. Eu lembro de você segurando minha mão e rindo nas noites de tempestade. Lembro de você sorrindo do outro lado da rua. Lembro de você falando todo atrapalhado quando estava bravo. Lembro de você cozinhando, de você no banho, de você me ensinando a dançar. Mas, por mais que eu me esforce, eu não lembro do beijo que tirava meu folego.
- Era sexta feira de manhã, você estava atrasada pro trabalho e eu atrasado pra aula. Chovia lá fora. Você vestia aquela camiseta dos super heróis e estava com o cabelo molhado do banho, com cheiro de flor. Sentou do meu lado na cama. Me olhou com os olhos cheios de brilho. Apoiou a mão no meu peito, me beijou como se soubesse que fosse o último beijo. Sorriu e se vestiu.

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- Violeta.
- Oi?
- Violeta, era o cheiro.
Sorriso.
- Do meu condicionador.

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