quarta-feira, 16 de julho de 2014

das cortinhas e lençóis brancos...

- Olá moça dos olhos marrom de pintas!
- Olá moço dos olhos azuis e cabelo bagunçado!
- Gosto de você!
Ela fez uma careta como se não acreditasse. Deu um sorriso desconfiado junto com deboche. Passou a língua em seus lábios vermelho escarlate, fechou os olhos e sentiu uma mão pegando na sua!
- Vem comigo garota, disse ele, sussurrando em seu ouvido.
- Vou, respondeu ela em tom baixo e tímido. Ele fechou os olhos e suspirou quando sentiu o hálito morno no pé do ouvido.
Sem nenhuma palavra, apenas troca de olhares confidentes, foram andando lentamente, como se tivessem todo o tempo do mundo. As mão se apertavam, os lábios sorriam e os olhos ficavam pequenos de tanto desejo de estar um nos braços do outro.
No quarto o beijo foi longo, cheio de caricias de toques de suspiros, de entrega. Os olhos castanhos cruzavam com os azuis claros e mergulhava naquela imensidão misteriosa, encontravam muito mais que desejo, muito mais que paixão. Era uma sintonia perfeita misturada com cumplicidade.
Ela corria os dedos pelos cabelos bagunçados enquanto ele segurava forte seu quadril e a empurrava contra si pelas costas, em um abraço apertado, firme, seguro. Os beijos se misturavam com pequenos sorrisos.
O toque, o despir, o sentir. Cheiros, língua, mão, gostos, braços e abraços. Pele, corpo, arrepio. Tudo em um enlace só. Como se fossem uma unica pessoa, misturaram pele e alma. Os olhos corriam pelo corpo e voltavam a se encontrar, nesse encontro faiscavam.
Um sabia o que o outro queria. O outro conhecia o corpo de olhos fechados. O suor escorria e os dedos passeavam pelos cabelos despenteados.

Ela acordou sentindo a mão passar levemente por suas costas até chegar ao seu quadril, seu corpo deitado sobre o dele encaixava perfeitamente, como se fossem peças de quebra cabeça. Os olhos castanhos se abriram lentamente encontrando os azuis claros sorrindo. Ele segurou o cabelo dela  e envolvendo-a em um abraço a beijou firmemente. Os olhos se desejaram mais uma vez e o desejo ardeu entre os lençóis brancos e a linha de sol que refletia sobre a cama.  

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Como sempre minha vida foi feita de ciclos. E chegou a hora de encerrar mais. Hoje é o grande dia. Dia de seguir adiante ou voltar mais 6 meses. Hoje, apresento meu TCC. O Projeto Final. O tão temido trabalho de um curso inteiro.

Já masquei uma caixa de chiclete, comi uma barra de chocolate, 2 pães de queijo e tomei 1,8 L de chá. Se eu tô nervosa? UM pouco, mas sei que quando chegar a hora eu vou estar ainda mais. Tenho 15 minutos pra falar e minha apresentação tem 12. Isso que eu falo calmamente, mas na hora, sei que comerei metade das palavras. Nervosismo foi uma coisa que nunca soube controlar.

Sempre penso no pior e nas coisas mais absurdas. Como tropeçar no fio, cair em cima da cadeira, derrubar mesa, computador, projetor e tudo mais. Ou começar a tossir e vomitar. Ou então, desmaiar. São coisas absurdas, mas que poderiam sim acontecer comigo.

Sei sim que engordei muito nesse ultimo ano, foi o TCC, foi a vida, a mudança de cidade, as decepções, tudo. As pessoas riem e perguntam como foi que deixei isso acontecer. Eu não sei responder, só sei que estou feliz de verdade. Estou onde realmente deveria estar. Amo meu emprego, minha casa, meu carro e meus amigos. Amo meus pais, amo a Amora! Eu realmente estou feliz. É só um medinho e um frio na barriga me aterrorizando.
Sei também que se eu for aprovada hoje, terei uma acadêmia e treino puxado para entrar no vestido da tão sonhada formatura.
Essa semana fiz o deposito do aluguel do lugar onde vai ser a festa. E quando apanhei o comprovante, pensei, E SE EU NÃO FOR APROVADA? E a banda? O vestido? Os convites? Terei que desmarcar tudo. Tentei não pensar em tudo isso e entrar em colapso nervo.

Farei a apresentação e darei o máximo de mim. Sou um gigante, passei por coisas piores e sai vencedora.
Não será uma banca de três professores e um medo absurdo de não saber o que falar, que fará com que eu perca essa vitória.

Ou então, como diz meu professor: Semestre que vem tem de novo!