quarta-feira, 1 de abril de 2015

A química que o corpo emana






Vem cá, pequeno gafanhoto, puxa uma cadeira, abre um cerveja e ascende um cigarro, vamos conversar. Um papo leve, descontraído, suave, suado.

Não acredito nessa coisa de concretizar a experiência afetiva. A gente transa, a gente faz amor, a gente come a gente é degustado e só assim temos a possibilidade de encontrar a felicidade plena, o auge do pico da felicidade, nem que seja por um momento ou dois. Não deixamos de ser humanos por isso, nem pessoas melhores ou piores, esse papo de regrar o que se faz ou não entre quatro paredes é coisa de quem não goza. Tudo o que se passa na cama depende do feeling, de desejo, de disposição, não de regras - e olha só, irônico, o mesmo vale para a relação amorosa.

Eu, acredito na nudez, corpo a corpo, não é superficialidade de sentimentos. Acredito no corpo, porque os sentimentos habitam nele, é através do corpo que manifestamos o que sentimos. Não acredito em divisão de amor e sexo, isso broxa. Uma pura masturbação mental ou metafísica.

Tanta coisa pra experimentar, com os lábios, com a língua, com os dedos, com as mão, com a mente, e ainda tem gente discutindo o que pode e o que não pode fazer. Vontade se mata.Talvez o segredo seja encarar cada gemido com a mesma intensidade que recebemos um elogio. Sou capaz de trocar qualquer "que bonita que você está" por sussurros ao pé do ouvido.

Vamos combinar, pequeno gafanhoto, se existe um lugar neutro na guerra de instinto contra sentimento, é na cama. Lá os tratados de paz são selados com suor, saliva e pele.  É lá que a trégua se dá, que as alianças são feitas, que sentenças são dadas. Qualquer conflito se acaba na cama quando os corpos entram em atrito.

Dois lados de uma mesma moeda, duas notas de uma mesma melodia. Não se preocupe se a pessoa só quer transar com você, quando é isso que você também quer. Pense que se for amor, amém, se for tesão, também. Afinal, o corpo e o coração que está dentro dele é de quem? 

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