quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Dos caminhos invertidos

No inicio da insônia que eu levanto para ir ao banheiro, eu sei que esse trajeto se repetira ao longo da noite.  
Volto com uma dor estranha, encosto na cabeceira invisível e inclino minha cabeça para que ela se junte aos meus joelhos marcados. Sinto meus olhos molhados apertarem contra meus hematomas, não sinto dor.

O pontinho no coração de pedra derreteu no exato momento em que entrei no corredor. O pontinho guardado por semanas no meu relicário de gelo derreteu. Lutei durante algum tempo para deixá-lo intacto. Fugi, fingi, menti. Mas veio como uma fagulha iluminando o fim da estrada, uma estrada que eu já conheço o final.

É aquele olhar o enorme sorriso e a voz grave. Foi o estranho momento que nos encontramos. Tocou o intocável.
Uma gestação para parir um coração de gelo. Quatro olhares para derreter.

Eu seguraria em sua mão,
eu daria tudo para ter você.
Beijaria os nós dos seus dedos
E te faria feliz!

Já tinha sido avisada que isso aconteceria.
Já sabia que me pegaria de surpresa.
Não podia ser você.
Tinha que ser com você?
Tinha que ser pra valer?


Nenhum comentário:

Postar um comentário