segunda-feira, 4 de junho de 2012

Estou caminhando para uma nova faze da minha vida. Estou sozinha, forte e livre. E como sempre, quando sinto tantas coisas, apavorada. Mas o medo mudou. Trago uma nova vida pra mim mesmo que isso não pode ser explicado de forma simplificada em um parágrafo perdido no meio de um texto com tantas coisas saltitantes para serem ditas. Estou muito sem vírgulas. Tenho uma mala maior do que o meu futuro apartamento  para despachar. Ainda tenho uma neurose quase maior do que meu pequeno e magro corpo para sustentar. Tenho sensações desconexas e intensas num coração sufocado pelo novo tapete que acabei de adquirir. Não tomo mais remédio e o oxigênio enquadrando minha intensidade em partes mais decifráveis e lentas. E essa é a vidinha controlada e temerosa e quadradinha que me conforta e ao mesmo tempo me faz estar sempre prestes a rasgar minha pele, amassar, jogar no lixo e começar de novo. Percebo que sempre tenho um começar de novo. Nunca paro no tempo. Com ou sem final feliz, sempre tenho um recomeçar. Eu não fui feita pra ela. Pra essa vidinha, pra esses medos, pra essa caipirice. Sou sempre acordada, roubada, convidada, carregada a ter emoções. E então, minutos antes de fechar os olhos, eu a vejo. Que ainda me causa aquele meio segundo de prolapso no coração. Aquele meio segundo de prolapso na batida cardíaca da uretra. E lembro o quão louca e chata e ciumenta e birrenta e neurótica e ansiosa posso ser. Mas lembro também que, apesar de ser tão errada, ainda sou a pessoa mais legal do mundo. E então eu vou finalmente deitar na minha cama, encostar a cabeça no travesseiro e dormir. Não mais porque minha vontade de sumir é maior do que minha vontade de sentir, mas apenas porque a aventura já foi vivida.

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