quarta-feira, 27 de março de 2013

Das noites

Eu lembro que foi a primeira coisa que vi quando entrei naquele ônibus.
Seus olhos amarelo esverdeados.
E por noites a fio eu fiquei observando você.
Seus olhos percorriam as palavras no livro, você lê Bukowski.
Todas as noites eu olhava você e não podia te tocar.
Espiava por entre as poltronas seus olhos iluminados pela arandela.
E fica ainda mais bonito quando encosta a cabeça na janela e dorme um sono suave, iluminado pela enorme lua.
Eu lembro de querer o banco ocupado por sua mochila.
Sabe o que eu queria agora meu bem?
Sair e sentar lá fora, que você me oferecesse um colo e uma conversa.
Hoje, hoje foi diferente, eu sentei ao seu lado.
Encostei meu cotovelo no seu.
E me apaixonei pelo desenho da sua boca.
No escuro eu vi o infinito se tornar seguro.

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