sábado, 2 de março de 2013

Era uma vez...

EU QUERO se torna totalmente inútil e vazio depois de ser pronunciado o EU QUIS. Jogo de emoções e a venda de uma imagem inexistente. Você compra o produto que quer e no primeiro defeito é devolvido ou substituído por outro.

De substituições pelo mesmo produto apenas com embalagem diferente eu já estou farta.

Como é difícil encontrar pessoas que tenham o mesmo gosto que você, que te prendam pela conversa, que te mostre o desconhecido, que te inundem o pensamento de coisas pensantes. Que te instigue a apurar os ouvidos, a fala, o tato, o cheiro, o gosto. Que te faça viajar sem sair do lugar. Que te deixe confortável com o silêncio e um olhar cheio de palavras. Que te faça ter vontade de ser abraçada.


Na minha desistência de sonhar ganhei doses de indiferença, indiferença por abraço e irritação ao toque carnal. Ganhei um humor invejável e dolorido não apenas para quem escuta. Comprei passagem para uma ilha da qual ainda não voltei. Me alimento de livros, séries e filmes.





Espero:

Diminuir minha dose de sarcasmo e humor ácido que ferem sentimentos alheios.  Conhecer lugares diferentes, e quase vazios, não quero multidões atrapalhando minha observação. Ver detalhes subjetivos. Paz. Olho no olho. Um jardim onde eu possa conversar com minhas plantas e colocar os pés na terra. Uma casa com varanda. Alma, pele, reciprocidade. Lealdade. Filmes. Teatro. Músicas. Idiomas. Lugares. Cheiros. Gostos. Texturas. Um Infinito Particular.

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