terça-feira, 11 de novembro de 2014

das coisas não ditas

Não sei bem certo quando amadureci. Me separei do poema, como a água das cores. Nos repartimos para nos multiplicar. Deixei o carinho nas palavras e a dureza para trás. Uso a razão para não mais ferir ninguém. Não endureci por falta de amor, mas por excesso. Nunca meço o tamanho do beijo. Assim que os lábios se tocam a entrega é de verdade, mesmo que dure alguns segundos. Estou investindo na serenidade que me convidou ao descaso.

Nunca espere de mim o apelo ou o pedido, porque ao contrário da pergunta, sou a resposta. Já estive do outro lado e não quero mais. Quero que venha porque quer vir. Quero que fique porque quer ficar. Se quer se despedir, seja homem e o faça com palavras. Piadas e indiretas não cabem na minha paciência. Não sou mais jovem com tempo para jogos de azar.

Verei o por do sol e desconfiarei ser uma indireta sua atravessando o tempo. Meias palavras, como sempre. Se você não parar exatamente agora, irei me apaixonar. Vou entregar todos os pontos, vou abrir o mais largo sorriso. Mas apenas e somente, se me mostrar ser capaz de acompanhar minha razão. Vou expor meus sintomas. Irei contar o tempo de soltar as palavras certas. Sem cobranças, sem gaiolas, sem prisão.

Quero (sobre)viver a felicidade. Quero contrariar todas as regras que estabeleci e desconfio.Quero descobrir as canções antigas. E a leveza que sempre fui. Antes que se perca esse instante que nos invade. Não te escrevo essas palavras para dizer algo. Escrevo uma história em um blog. Não sei lidar muito bem com sentimentos. Da ultima vez, estraguei tudo. As palavras não encontram descanso na minha garganta. E para não ser rude. Invento uma história. Disse que não estou pronta. Que tenho medo. E que ainda há um passado em mim que não desfaz as malas...não é amor...é apenas o passado.

Gosto das brincadeiras, das implicâncias. Odeio as mentiras e provocações de ciumes. Não é nada demais, é apenas o seu abraço que me deixa encaixar.

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