Era uma noite de
sábado, quente, abafada. Ele deu a ideia de uma cerveja, de ir pra
rua. Aquela coisa de conversas, risadas, cervejas e cigarros. Eu,
você e todos nos que temos as mesmas ideias. Um banho pra sair, um
vestido, meias e um batom vermelho pra sorrir. Ela desceu pra esperar
ele se arrumar. Olhou o carro estacionado na frente da casa, ele
combinava com as florzinha pequenas azuis claras do jardim. Foi
caminhado lentamente, até o carro, a noite estava linda e a rua
vazia. Encostou o corpo no capo do carro, pegou um cigarro e percebeu
que estava sem fogo. Logo ele chegou, com uma camisa branca de malha
e aquela calça cinza que ela adorava.
- Quer fogo moça?
- Quero, o seu.
E em um piscar de
olhos ele invade a boca dela com um beijo quente, a ergue e a coloca
sentada no capo do carro. Sua mão por baixo do vestido brincava
com a renda da meia, enquanto ela se segurava nele, passava sua
mão no cabelo macio dele, enquanto ele beijava seu pescoço. Foi
ali mesmo, que se entregaram a uma ardente noite de verão. Em cima
do capo azul do carro.
- Me leva pra dentro
do carro, quero você inteiro!
- Yeah baby!
A ergueu,ela
enroscou suas pernas na cintura dele. Abriu a porta de trás do carro
e se jogou. Ele veio com aquela cara de sem vergonha que arrepia da
ponta dos pés ate o cabelo dela. Tirou o vestido e sorriu quando viu
a meia branca contrastando com o vermelho do banco. Quando a porta do
carro bateu, esqueceram o mundo, esqueceram o calor infernal que
fazia lá fora. Era só ela, ele e todos nos que gostamos do banco
traseiro de um carro.
Foi pele, mãos,
cabelos, línguas, gosto, cheiro, fusão. Estranhos, abraços, afeto.
Beija. Me entenda, sem vergonha, Loucura, paixão, razão. Intenso,
mau-humor, piada. Libertino, te odeio, em brasa, me afaga. Meio
avesso, cansaço, charme, carícia. Céu, paraíso, inferno, beleza.
As mãos estavam em todos os lugares. Era uma fusão, um vai e vem no
ritmo certo. E se encaixavam direitinho no rolar dos corpos.
Suspiros, mãos suadas no vidro embaçado. Como se fosse uma marca.
Lá fora sentada no
capô do carro, com a perna dele encostada no joelho dela, fumava um
cigarro, enquanto seus olhos pequenos e seu sorriso de canto
contemplavam as florzinhas do jardim.
No carro tocava
Portishead. Agora a noite pode começar.
Eita
ResponderExcluir