domingo, 23 de novembro de 2014

O meu sorriso é teu

Não foi pela sua aparência, foi pelo seu jeito. Sério, sorriso tímido, olhar desconfiado. Foram as cervejas diferentes e os beijos no rosto. Foi o jeito que você se mostrou legal, as conversas intermináveis. Foi o empurrão pra frente. Foram os olhos que devolveram meu sorriso. Foram as noites molhadas de cerveja.


Ando tomada por emoções.Essas que ando escondendo, por que não é moderno ter emoções. Não é in sentir, envolver-se.Ficou oult dizer coisas como: "eu gosto de você", "eu quero ficar com você".
É errado ter desejos e carências e dores e suspiros assim, de gente?
Não existe nada mais chique do que sentir. Emocione-se, e seja rei da sua insensatez. Seja nobre, divino, no desconcerto das emoções.  Você consegue?

Sem platonismo, quero que pinte  algo legal, dançar de rosto colado, pegar na mão, ficar a meia luz, desenhar com a ponta dos dedos cada um dos teus traços, ficar de olho molhado só de te ver, de repente, virando a esquina.
Acredito que atras de todo medo, indecisão, as vezes tem coisas bonitas acontecendo bem devagarinho.
Fecho o olho bem forte e vejo as cenas que devolveram meu sorriso. Vejo cada pedacinho teu me fazendo sorrir, assim devagar. E então percebo que todo esse gostar é algo diferente de mim. Que o outro não tem a mesma urgência, crença e a gana de me sentir viva, ou apenas de sentir.

É como você me faz rir, não o riso.

Você que me pega pelos braços
me jogando no meio de uma tempestade
afundando um olhar tão castanho

me toca, acorda os vulcões adormecidos:
eu que adoro me queimar no fogo

me gira, desperta em mim um furacão:
eu que não sei lidar com os ventos,
que perco o ar enquanto te admiro,
eu que já me contento em soltar
no teu pescoço um suspiro.

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