terça-feira, 4 de setembro de 2012

Levantou da cama calçou os chinelos pegou o cigarro e caminhou lentamente para a porta da sacada, suspirou. Desceu o degrau, andou para frente e pára traz procurando um lugar que a acomoda-se, suspirou. Sentou-se na janela e apoiou os pés na guarda da sacada. Ficou brincando com o isqueiro por algum tempo e sentindo a brisa da madrugada bater no seu rosto, suspirou. Ascendeu o cigarro, fumava lentamente, pensativa.


Sentiu uma paz imensa tomar conta do corpo dela. Sentiu fisicamente, era como se o vento levasse todas as dores e pesos, como se fechassem as feridas, como se limpasse a maquilagem borrada . Como se o vento a ajudasse a guardar as coisas que lhe fazem mal.Deixou ir. Atendeu ao pedido e deixou ir.


 Cada tragada era um pensamento guardado, e assim foi, até chegar o filtro do cigarro. Abriu os olhos e se sentiu diferente. Sabe bem ela que passado não se resolve em uma noite de sacada, leva tempo. Mas, também, sabe ela que o tempo de guardar as dores é ela quem escolhe.


Desceu da janela e apoiou-se na sacada, suspirou, jogou o cigarro para baixo sem dó, sem pensar. E com ele despediu-se. ADEUS!



Entrou no quarto deixando os chinelos para o lado de fora. Escovou os dentes e lavou o rosto. Olhou-se no espelho e depois de muito tempo reconheceu-se, sorriu. Jogou-se na cama deu play no seu seriado e minutos depois adormeceu.


Seus sonhos, ninguém sabe. Apenas sabe-se que acordou sorrindo e agora passa a caminhar como se estivesse desfilando na Sapucaí em pleno carnaval.

Nenhum comentário:

Postar um comentário