No outro lado da gorda realidade
habitam dragões flamejantes. Nos últimos tempos, dei para dormir e
sonhar demais. Mas não consigo ir adiante com esse pensamento. É
complexo demais, para as outras cabeças, para mim é simples e
satisfatório. E a realidade vai ficando cheia de copos.
Sempre penso no depois da coragem
tomada. Sim, já tive coragem de realizar os meus sonhos. Mas quando
penso no depois me vem a mente os dragões de donzelas raptadas sem
donzelas raptadas. E tudo volta ao ponto da gorda realidade cheia de
copos.
Entre poços de sono, colheres de mel e
cápsulas de limão, pedaços do sonho e do real. Houve um tempo que
aos sábados pela manhã, houvesse sol ou não, tudo o que eu sonhava
era um conversível amarelo.
Alguém disse que é para você que
escrevo, hipócrita, fã, craque, de raça, transvestindo em minha
pele enquanto gozas? Padeço agora de umas sensibilidades e liberdade
de que não padecia antes, despreocupações com o tempo, com os
sustos que o tempo prega. Mais leve, mais sorridente, mais vida. De
repente passaram-se dois anos. Ou três.
Entre dois poços de sono, na mesma
cidade da Mulher que vê Dragões, desenha-se a casa do Homem que vê
Unicórnios.
Não acredito em tudo o que dizem, mas
acredito sempre em sinais.
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