segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

As expectativas que criamos

Sabe quando a gente ganha um ovo de páscoa sem surpresa? Ou quando a gente é criança e ganha roupa no aniversário? Quando você ganha um sorvete de duas bolas e na primeira lambida cai no chão?

Quando você coloca sal no café ao invés de açúcar? Quando alguém te chama no whatsapp e não é pra contar uma fofoca? Quando seu celular toca e você vai correndo ver e é da operadora? Sabe quando você marca um encontro e acaba comendo e bebendo sozinha? Quando você pede pra cortar só dois dedinhos, mas não imagina que os dedos da sua cabeleireira seriam tão grandes? Sabe quando você devolve o tchau, mas o aceno não era pra você?

Sabe quando seu planos viram de cabeça para baixo? Quando eles não são o que deveriam parecer?

Sabe aquele papo de expectativas? Aquele de que expectativas não são criadas?

Expectativa - doença cretina- que muita gente tem. Sabe?

Todo mundo tem aquele discurso de: Não crie expectativas, vá devagar.

Pô, eu só pensei que casaríamos em uma igreja em Roma, moraríamos na praia, teríamos três filhos e seríamos felizes para sempre. Como se isso fosse acontecer em um ano. Tá o que tem de mal em projetar isso?

Tem, gente que cria um roteiro pra vida que não existe, com pessoas que nem sabem dessa programação. Tipo aquele papo de: "vem comigo que eu te explico". Explica coisa nenhuma. Ninguém explica nada. Porque não tem dever e obrigação de explicar.

E vem aquela doença crônica chamada expectativa e te faz criar uma vida inteira com uma pessoa que você conheceu ontem.

Cria, alimenta, trata bem a maldita expectativa, para um dia, sema viso prévio, elas irem embora. Assim, plim.

Depositamos confianças, sonhos, sentimentos, em pessoas que achávamos  conhecer, e que se tornaram aquilo que disseram que nunca seriam.

O problema é que esperamos demais, de simples seres humanos normais - cheios de defeitos - esperamos que superem todas as faltas que criamos e levamos conosco durante uma vida toda. E nada, que gentinha mal caráter, né?

O problema todo é de cada um. Nada mais nada menos que isso. Engole o choro.

Quem falou que o bonitão que você cruzou em um bar iria ficar? Quem falou que ele era de verdade? Você, além de estar alimentando expectativas inexistentes, está dando bebidas para elas?

Não haviam promessas, só as suas promessas- feitas por você mesmo, chorando no travesseiro- que incluíram alguém que nem sabia disso. Isso é certamente um insano tiro no pé.

Você se apaixonou por um vidente e quer que ele adivinhe todo o filme que você criou na sua cabeça?

Será que ninguém percebe que só se magoa e se decepciona porque fantasia sobre pessoas que nem conhece direito?

Passamos grande parte da vida achando que os outros nos decepcionaram, mas na verdade fomos nada menos, nada mais que nós. Nós que projetamos sobre as pessoas, e que as vezes não são como gostaríamos que fossem, elas são como são. E são perfeitas do jeito delas, não do seu. Se nem você consegue ser perfeito, porque a outra pessoa seria?

Não espere demais, se possível, nem espere.

Ninguém é responsável pelas suas desilusões, afinal, que culpa a outra pessoa tem de não viver no seu conto de fadas?

Aprendam, você só pode controlar o que depende de você, então controle suas expectativas, seu sonhos, suas fantasias.

Chega de desperdiçar sua vida, seu tempo. Se for pra perder tempo criando expectativas, perca com você.

Ouvi dizer que quando não se espera nada das pessoas, o surpreendente acontece. Já pensou?

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