quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

desprender de inteligência nem sempre quer dizer que o outro entenda

Quero te dizer que foi uma pena, eu confiar em você, que foi uma pena eu acreditar que você seria diferente. Quero te dizer que você precisa aprender a diferença entre ser livre e ser babaca. Quero te dizer que desprendi meu tempo e sabedoria pra te fazer rir das minhas bobagens, pegar as bagagens que você não aprendeu a dizer adeus, jogar tudo pro alto e te fazer, de uma vez por todas, mesmo que fosse tão complicado, se sentir livre e seguro. Foi uma pena, porque eu pensei que poderia acreditar naquele sorriso sério e nas coisas que você me falava entre uma cerveja, um cigarro e um beijo no rosto. Foi uma pena porque eu queria sair outras vezes com você e muitas vezes te levar pra conhecer lugares que você nunca viu, te apresentar pra cada gente que você não conhecesse, e te agradecer por acreditar que você era bom comigo. Queria te levar pra longe daqui, pra uma terra sem lei, pra uma ilha sem rei, entende? Eu queria te dizer que todo mundo já chorou por ser o que não pode ser um dia, mas acreditei que você não seria isso. Queria te mostrar que eu não seria mais um motivo pra complicar teus sentimentos. E foi uma pena de verdade, porque eu pensava em enganar o porteiro do aeroporto, roubar a chave da torre e te levar pra ver meu pôr-do-sol. Porque eu já estava pronta pra sair de madrugada pra te ver, já estava prestes a perder o sono, a dormir depois das três conversando com você. Foi uma pena, porque eu joguei fora um vinho que comprei esperando você vir me buscar pra sair. Cê sumiu.

Foi uma pena.

Foi uma pena porque eu planejava acreditar que você fosse homem, e que tivesse atitudes diferentes do que essa massa que cresce em geração anêmica de verdades e sinceridades. Esperava que você fosse conversar comigo e te dizer que você, apesar de tudo, foi uma coisa boa que aconteceu nesse ano. Foi uma pena, porque eu queria dormir contigo quando você se sentisse só;

Eu lamento.

Lamento porque nunca escrevi nenhum bilhetinho pra você, senão essa. Porque não nos despedimos direito e até agora, não entendemos o que aconteceu realmente, quem foi que entendeu mal quem. Lamento porque não consegui ver você sendo homem com a camisa que eu arrumei pra você, e porque tive que trocar teu apelido pelo teu nome no meu celular, já não faz mais sentido, porque eu exclui nossa conversa e apaguei as suas fotos. Lamento por que eu esperei você ligar. Você não ligou. Lamento, porque agora você me chamou tarde demais. Quando eu já nem tinha coragem de olhar pra você, quando eu já nem tinha vontade de te receber, quando eu já nem tinha paciência pra ouvir tua voz nem tempo pra te encontrar. Lamento você ter esperado eu ir embora pra me perceber e por você ainda não ter aceito que errou.

Mas agora eu posso te lembrar.


Posso te falar sobre meu novo começo e como me doeu a frustração de descobrir seu caráter. Posso te lembrar daquele momento que eu não consigo esquecer, daquele beijo na testa que você me deu sentado na praça, quase amanhecendo. Posso te ensinar a seguir um só caminho e pode ser aquele que eu segui sozinha quando você disse que não tinha vontade de conversar. Posso te explicar quanto tempo vai durar pra aceitar, e se isso for te acalmar, uma hora a gente cresce e aprende a ser gente. Posso te falar um pouco sobre os meus dias depois daquela despedida por mensagem, te conto, como descobri quem você realmente é. Posso deixar bem claro pra você as coisas pra que você não deixe alguém partir por medo de ser uma pessoa descente porque precisa mostrar aos teus amigos que você é “homem”. E que realmente aprenda o que é ser uma pessoa de verdade e bacana. Desejo o adeus que nunca te dei, e tempo pra pensar antes de falar e fazer coisas que não condizem uma com a outra. Desejo que você goste de alguém de verdade, e que se não for de verdade, que se vire com suas mentiras. Mas se não for ninguém, desejo que fique bem, como fiquei quando você não foi de verdade, e se tornou ninguém. E que não sofra por alguém. Mas se sofrer, lembra do que fui pra você e você não foi nada. Mas se não foi nada, lembra que tive que sorrir quando você foi um completo idiota e infantil na minha frente. E ri ou chora, mas por favor, cresce.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário